Manifestantes projetam 'Fora Temer' em embaixada na capital argentina
A intenção era sustentar diante dos convidados, em geral estrangeiros de outras de missões diplomáticas e empresários argentinos, que o Brasil sofreu um golpe com a troca de governo. O refrão adaptado e entoado da rua era "sem temer vamos à luta/contra o traidor senil/combatendo a cada passo/os canalhas do Brasil". Havia 20 policiais vigiando o grupo, que recorreu ainda a músicas de Chico Buarque e Cazuza. Um verso ouvido foi "a burguesia fede".
A manifestação, que contou com aparelho de som, foi organizada pelo Coletivo Passarinho, grupo de brasileiros que promoveu marchas favoráveis à ex-presidente Dilma Rousseff nos últimos meses. O grupo podia ser visto e ouvido a partir do pátio externo da residência do embaixador, onde a bandeira nacional fica hasteada. Quem estava no interior da mansão comprada por ordem de Getúlio Vargas, ou em seu amplo jardim, não ouvia o protesto.
O ato, menos numeroso que os anteriores, foi em geral ignorado pelos convidados da festa, mas alguns interagiram com sorrisos e acenos para o grupo, que permanecia em um nível mais baixo em relação à festa. Um argentino comparou o ato a um escrache, forma de constrangimento popular no país, inicialmente aplicada contra repressores. Um brasileiro brincou que atiraria um sanduíche de mortadela para os ativistas.
A tradicional festa tem como anfitrião o embaixador, função ocupada pelo diplomata Everton Vargas. Ele escreveu um artigo publicado no jornal La Nación desta quarta-feira em que defende a legalidade do processo de impeachment. Com a troca de governo, Vargas passará a trabalhar na missão brasileira encarregada da União Europeia. Em seu lugar assumirá quem era o secretário-geral do Itamaraty, Sergio Danese.
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