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No 4º bloco de debate, Erundina retoma ataques a Doria e discute com Marta

30/09/2016 01h14

São Paulo - O bloco de encerramento do debate na TV Globo entre os candidatos a prefeito da capital paulista, o mais "quente" entre todos, foi aberto com o candidato João Doria (PSDB) afirmando que a prefeitura de São Paulo não atuou bem sobre a questão de lixo e perguntando a Luiza Erundina (PSOL) qual a proposta dela para a área. A candidata até respondeu sobre o tema, disse que quando foi prefeita criou a coleta seletiva e centros de reciclagem, mas optou por retomar os ataques ao tucano iniciados no segundo bloco.

"Você disse que sou ultrapassada, mas você é tão velho quanto qualquer outro político velho do País. É candidato em troca do uso da máquina do Estado ao seu favor. Sua novidade na política está muito a desejar", afirmou Erundina. Doria preferiu não rebater os ataques, disse novamente que respeita a ex-prefeita e emendou: "Você gosta de Estado gordo e eu prefiro Estado enxuto. Sou gestor, administrador e não relego político, mas não sou político e venho para administrar."

Erundina manteve as críticas e disse que Doria, com o movimento "Cansei" rejeitou a política, o que é "ruim porque deseduca o cidadão" e ampliou os ataques. "Somos diferentes, mesmo porque o Ministério Público está movendo uma ação para impugnar sua candidatura."

Em seguida, Marta Suplicy (PMDB) perguntou a Major Olimpio (SD) o que ele faria pelos Centros de Educação Unificada (CEUs), bandeira política dela. Olimpio disse que os CEUs custam caro e, neste momento de crise, iria ampliar a rede pública. Marta prometeu 14 CEUs.

Na nova rodada, Erundina perguntou a Marta qual a solução para o desemprego e iniciou uma discussão com a candidata do PMDB após a senadora citar propostas. "Há um desemprego em massa por conta da política recessiva do seu governo, do governo Temer e você não fez crítica ou posicionamento e isso é incoerência. Você precisa ser mais consequente nas posições". Marta rebateu e disse que a crise não é de responsabilidade desse governo (Temer), que está há poucos meses no poder, mas da incompetência da ex-presidente Dilma Rousseff e por isso sofreu o impeachment.

Ao falar sobre drogas, Celso Russomanno (PRB) atacou Marta e afirmou que senadora só cumpriu 17% do que prometeu quando foi prefeita. Em seguida, perguntou sobre as propostas que Doria teria sobre a cracolândia. O tucano prometeu acabar com o programa "De Braços Abertos", criado por Haddad, e Russomanno voltou a atacar Marta, sem falar sobre o tema. "Eu não prometo o que não pode ser cumprido, diferente de Marta, que prometeu contratar 2 mil médicos".

Em seguida, Major Olimpio (SD), antes de perguntar a Doria sobre o que faria para inibir os "pancadões" na cidade de São Paulo, criticou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) por a "criar o dia do funk". Doria disse que Olimpio tem obsessão pelo governo do Estado. "Acho que você é candidato a governador e não a prefeito". Olimpio rebateu e disse que cada vez que vai "a um enterro de policial a fixação com a omissão do governador aumenta".

No final, o prefeito Fernando Haddad (PT) indagou Russomanno sobre o que fará com aplicativos de transporte, como o Uber, regulamentado por ele, e afirmou que o candidato do PRB mudou de posição ao afirmar, inicialmente, que iria acabar com a prática, para, depois, defender a regulamentação. "Vamos definir a quantidade de veículos que vai andar nas ruas para proteger todos", disse Russomanno. (Gustavo Porto e Daniel Weterman)