Polícia recaptura 49 dos 55 fugitivos do manicômio de Franco da Rocha (SP)
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo informou na manhã desta terça-feira (18) que 49 dos 55 fugitivos do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, foram recapturados e que a Polícia Militar continua com o trabalho de buscas.
Os presos do antigo Manicômio Judiciário se rebelaram na tarde desta segunda-feira (17), atearam fogo a cinco pavilhões e deixaram o local usando a tática conhecida como "cavalo doido", ao transpor em massa a porta do presídio. A maioria dos detentos rumou em direção à mata vizinha à unidade prisional --poucos escaparam em direção à cidade.
Essa foi a maior rebelião e a maior fuga da história do manicômio, inaugurado em 1933. "Isso aconteceu depois que a direção descobriu um esquema de cinco presos que estavam extorquindo dinheiro da família dos outros detentos", afirmou Lourival Gomes, secretário da Administração Penitenciária (SAP).
De acordo com ele, a direção da unidade ia transferir os detentos, mas estes se adiantaram e mobilizaram os demais presos depois de uma discussão com o diretor Luiz Henrique Negrão.
De acordo com Daniel Grandolfo, presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), Negrão deixou o presídio após a discussão. Os presos aproveitaram sua ausência para iniciar a rebelião.
"Quando o diretor saiu, os presos ficaram agitados e se recusaram a voltar para a tranca [suas celas]. E aí foi quando começou toda a rebelião", afirmou Grandolfo.
Os amotinados dominaram parte dos funcionários e se dirigiram à cerca em torno do hospital. Agentes do presídio chamaram a Polícia Militar e o Grupo de Intervenção Rápida (GIR), da secretaria. "O GIR dominou a rebelião com o apoio da PM", afirmou o secretário Lourival.
A polícia enviou ainda a Franco da Rocha os homens do Comando de Operações Especiais (COE) e dois helicópteros para tentar localizar os fugitivos --o COE é especializado em operações na selva.
O hospital de custódia é cercado pelo parque estadual do Juqueri. No começo, a PM chegou a trabalhar com a informação de que 250 a 300 presos haviam escapado.
De acordo com o presidente do sindicato, o perfil dos fugitivos é "complicadíssimo". "Ali é casa de custódia, são muitos presos psicopatas, insanos. Outros presos vão fugir para se esconder, esse tipo de preso, não. Eles saem para barbarizar", disse Grandolfo.
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