PF apura propina a ex-chefe de comunicação da Saúde e das Cidades
O envolvimento do assessor, alvo da 11ª fase da operação, deflagrada nesta quinta-feira, 27, foi citado, no entanto, na colaboração da empresária Danielle Fonteles, dona da Pepper, que admitiu ter participado das fraudes. Caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliar se cabe rever o acordo com Bené.
Conforme as investigações, a pedido de Bené, Marcier conseguiu que a Agnelo Pacheco fosse contratada para campanha de combate à dengue no Ministério da Saúde. Na época, ele era secretário de comunicação da pasta. A agência, no entanto, não teria executado os serviços, que foram terceirizados à Pepper.
Danielle contou que, em troca da intermediação, a Pepper repassou R$ 283 mil a Bené. Em seus depoimentos, ela disse que sugeriu que o empresário pagasse R$ 120 mil, a título de comissão, a Marcier, o que, segundo ela, ocorreu.
Marcier foi transferido para cargo de coordenação na comunicação do Ministério das Cidades. Ali, segundo a Acrônimo, também atendeu a pedido de Bené para contratar a Agnelo Pacheco para as campanhas "Mãos no Volante" e "Rotas da Cidade". A Pepper foi novamente subcontratada e pagou R$ 310 mil à Agnelo e à agência Propeg Comunicação.
Marcier também teria viabilizado negócio de divulgação da campanha "6º Salão do Turismo" no Ministério do Turismo. Danielle contou ter sido procurada por Bené, que disse ter captado o contrato, de R$ 332 mil, valor a ser pago pela Agnelo Pacheco. Em troca, a Pepper repassou R$ 127 mil a duas empresas ligadas a Bené. Para dar aparência de legalidade aos pagamentos, foram emitidas notas fiscais frias, informou a delatora.
Marcier já havia sido preso em 2014, na 1º fase da Operação Acrônimo, quando voltava de Belo Horizonte com Bené num jatinho, transportando dinheiro de origem suspeita. Na época, ela colaborava para a campanha de Fernando Pimentel (PT), ao Governo de Minas. O petista, que foi eleito, também é investigado na Acrônimo, mas não é alvo da fase desta quinta.
Marcier, Bené e Agnelo de Carvalho Pacheco, dono da Agnelo Pacheco Criação, foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimentos à PF. O juiz substituto Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal, em Brasília, autorizou também buscas nas casas e empresas dos envolvidos.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos investigados.
Em nota, a Agnelo Comunicação afirmou que "vem a público esclarecer que contratou os serviços da agência Pepper, como faz com todos os outros fornecedores da agência. Como todo trabalho da Agnelo, temos todos os arquivos e comprovantes que garantem o cumprimento de todos os trabalhos contratados.
Esclarecemos ainda que nunca utilizamos os trabalhos gráficos do empresário Benedito Oliveira, conhecido como Bené. A Agnelo ainda nunca teve nenhuma relação com o Governador Fernando Pimentel e muito menos com seu Governo.
A Agnelo reitera sua responsabilidade e procedimento ético em todos os seus trabalhos e está à inteira disposição das autoridades para esclarecer tudo e colaborar no que for necessário."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.