Fortaleza marca disputa Ciro-Tasso
A disputa pela prefeitura de Fortaleza chega ao fim neste domingo com o atual prefeito, Roberto Cláudio (PDT), liderando as pesquisas de intenção de voto em relação a seu adversário, o deputado estadual Capitão Wagner (PR). A reeleição do pedetista, se confirmada, significará a continuidade da hegemonia dos irmãos Ciro e Cid Gomes, ambos do PDT, na quinta maior cidade do país, o que fortalece a candidatura de Ciro à Presidência da República em 2018.
Por outro lado, a reeleição do pedetista atrapalhará os planos do senador Eunício Oliveira, líder do PMDB no Senado, de tentar se eleger governador do Ceará em 2018. Adversários políticos dos irmãos Gomes no Ceará, o peemedebista e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) são os principais apoiadores da campanha de Capitão Wagner. O controle da máquina municipal ajudaria a candidatura de Eunício ao governo.
Na reta final do segundo turno, Wagner e Roberto Cláudio intensificaram a participação de caciques políticos estaduais e nacionais na campanha na TV e na rua. Em meio à crise fiscal enfrentada por Estados e municípios, o candidato do PR usou a imagem de Eunício e Tasso. Já o pedetista teve a participação mais ativa de Cid e Ciro e do governador do Ceará, Camilo Santana (PT).
Candidato de uma aliança entre PMDB, PSDB, PR e SD, Wagner vendeu a ideia de que a influência de Eunício e Tasso no governo Michel Temer vai ajudá-lo a garantir os recursos para cumprir promessas de campanha. "Bons projetos sempre vão ter espaço", minimizou Roberto Cláudio, que disputa a eleição como oposição ao governo federal. O prefeito cita ainda a possibilidade de obter empréstimos com bancos e organismos internacionais.
Propostas
A segurança pública dominou os debates - Fortaleza é considerada a cidade mais violenta do Brasil e a 12.ª mais violenta do mundo, segundo ranking da ONG mexicana Seguridad, Justicia y Paz. Policial militar reformado, Wagner propôs armar a guarda municipal e colocar homens à paisana nos ônibus. O atual prefeito se posicionou contra a proposta.
A legalidade do Uber, serviço de transporte alternativo, também opôs os candidatos. "Sou contra o Uber, porque sou a favor da legalidade", disse o atual prefeito, que defende aumento das vagas de táxi. Já Wagner disse que, se eleito, vai propor a regulamentação do serviço.
Segundo último levantamento do Datafolha, encomendado pelo jornal O Povo e divulgado no dia 22, Roberto Cláudio tem 56% dos votos válidos, 12 pontos porcentuais à frente de seu seu adversário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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