Detidos em protesto poderão ser enquadrados na Lei de Segurança, dizem deputados
Deputados petistas que estiveram no Departamento de Polícia Especializada (DPE) onde manifestantes foram detidos em Brasília afirmaram que a Polícia Civil estuda enquadrar cerca de 60 jovens com base na Lei de Segurança Nacional. Ao todo, 72 pessoas foram presas durante o protesto contra a aprovação da PEC do Teto de Gastos nesta terça-feira (13).
Segundo o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), essa foi a informação passada pelos delegados que estão cuidando do caso. Inicialmente, cogitou-se que os manifestantes pudessem ser acusados com base na lei antiterrorismo, mas a hipótese teria sido descartada.
A Lei de Segurança Nacional foi aprovada em 1983, durante a ditadura militar, e tinha como objetivo proteger o País dos chamados "subversivos" que queriam atrapalhar a ordem nacional.
Para Pimenta, a prisão dos manifestantes tem caráter político. Ele acusa a Polícia Militar de ter prendido indiscriminadamente as pessoas, e que o uso da lei seria uma forma de punir todos de uma forma conjunta, sem explicar o motivo da prisão de cada um.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) afirmou que a expectativa é que dez pessoas sejam liberadas ainda na madrugada desta quarta-feira, e que os demais fiquem detidos por pelo menos um ou dois dias, até a conclusão dos trâmites legais. Zarattini afirmou que vai mobilizar outros parlamentares para acompanhar o caso. "Vamos continuar pressionado para que todos sejam liberados o quanto antes", disse.
Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal, a manifestação foi pacífica até por volta de 17h - a PEC do Teto foi aprovada no 2º turno no Senado às 13h32. Depois disso, houve confronto entre manifestantes e policiais. Equipamentos públicos foram depredados e ônibus foram queimados. Houve corre-corre em vários momentos e pelo menos cinco PMs ficaram feridos.
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