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Padilha nega que nomeação de Moreira Franco tenha semelhança com a de Lula

O secretário-geral da Presidência, Moreira Franco - Valter Campanato/ABr
O secretário-geral da Presidência, Moreira Franco Imagem: Valter Campanato/ABr

Em São Paulo

03/02/2017 11h56

O ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha disse nesta sexta-feira (3) que a nomeação de Moreira Franco para a Secretaria-Geral da Presidência da República, com status de ministro, teve objetivo de oferecer a ele, que comanda o PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), um trânsito melhor no exterior nas iniciativas do governo de buscar recursos para o país.

Em entrevista à rádio "CBN", Padilha argumentou que o governo precisava de alguém que se apresentasse em nome de ministro de Estado para essas visitas.

Padilha reconheceu que a medida confere foro privilegiado a Moreira, cujo nome foi citado na Lava Jato, e negou que o caso se assemelha ao da indicação, no ano passado, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cargo de ministro-chefe da Casa Civil, pela então presidente Dilma Rousseff, e que acabou suspensa no dia seguinte pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

"Lula não estava no governo (quando foi indicado). Moreira já estava agindo como ministro. Apenas recebe agora o título. É uma grande diferença, sim", afirmou.

Padilha também comentou sobre a decisão de Temer de indicar o tucano Antônio Imbassahy para a Secretaria de Governo em vez de um político do PMDB. Segundo ele, a escolha do presidente teve o objetivo de consolidar o apoio do PSDB ao governo e afirmou que o partido de Temer será recompensado com outros cargos.

O ministro do Casa Civil ainda ressaltou que a base governista se fortaleceu ainda mais com os resultados das eleições para a presidência e o restante dos cargos das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. Mas disse que o Planalto ganharia de qualquer forma com o pleito legislativo, uma vez que a disputa era dentro da base.

Previdência

Padilha voltou a afirmar que a reforma da Previdência deve ser aprovada até 30 de junho e que as mudanças na legislação trabalhista devem acontecer ainda antes desse prazo. Ele reforçou a necessidade da alteração das regras da aposentadoria e disse acreditar que a baixa popularidade do tema entre a população não deve atrapalhar sua aprovação, embora admita que irá encontrar resistência.

"Essa mudança também atinge os parlamentares, que vão para o regime geral, então vai ter resistência", ponderou.

O ministro afirmou que a reforma da Previdência "já está precificada". "O valor das ações de Petrobras, do Banco do Brasil, da Eletrobras, a variação da Bolsa de Valores, tudo isso considera a reforma já aprovada, já com ajuste fiscal. Isso também tem que ser considerado por aqueles que olham com uma visão mais equidistante."

Lava Jato

Com relação à Lava Jato, o ministro avaliou que as investigações não devem interromper os planos do governo. "A Lava Jato não é impedimento para avançar nas reformas. Delações citando membros do governo por si só não provam nada e não trazem instabilidade. Estamos prestigiando a Lava Jato e teremos uma mudança significativa para melhor na forma de fazer política no Brasil."