Temer nomeia novo ministro do TSE
A estratégia do presidente, ao anunciar a escolha de Gonzaga para a cadeira de Neves antes do prazo, tem o objetivo de pôr fim a comentários de que ele só está indicando o jurista para se proteger da perda de mandato. Na avaliação da equipe de Temer, se Gonzaga fosse nomeado duas semanas após o início do julgamento, quando Neves deixará o TSE, haveria mais interpretações de que ele foi posto ali para "salvar" o presidente.
Antecipando a nomeação e respeitando a ordem da lista tríplice enviada em fevereiro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao Palácio do Planalto, o presidente mostraria que não quer interferir e que age com neutralidade. A lista inclui ainda os nomes de Tarcísio Vieira Neto e Sérgio Banhos.
Auxiliares de Temer dão como certo que o relator do processo, Herman Benjamin, pedirá a cassação do mandato de Temer e a inelegibilidade de Dilma, sob o argumento de que a chapa PT-PMDB cometeu abuso do poder político e econômico. Adversários do presidente afirmam, nos bastidores, que Gonzaga já teria sido escalado pelo Planalto para pedir vista do processo, o que significa mais tempo para análise, caso o ministro Napoleão Nunes não faça antes a solicitação.
Como o jornal mostrou, Nunes deve pedir mais tempo de análise para se debruçar sobre o caso. Há uma ordem para a apresentação dos votos e ele é o segundo, logo após o relator.
O ministro Henrique Neves deixa o cargo em 16 de abril. Pelo roteiro previsto, não haverá tempo hábil para que ele vote no julgamento. As informações que chegaram ao Planalto dão conta de que o ministro seria favorável à cassação de Temer.
O governo tem dúvidas sobre o voto de Luciana Lóssio, que deixa o TSE em 5 de maio. Ela será substituída por Tarcísio Vieira, ainda não nomeado, e segundo na lista tríplice. Ele deve ficar a favor do presidente.
Prazo
Aliados do governo avaliam que, na abertura do julgamento, o pedido de cinco dias para se manifestar, feito pela defesa de Dilma, será aceito. Se isso ocorrer, a sessão será suspensa.
Mesmo que o pedido seja rejeitado, há o feriado da Semana Santa, logo em seguida, o que empurraria o julgamento para a segunda quinzena de abril. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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