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"Aliados de Aécio querem racha entre Doria e Alckmin", diz presidente da Alesp

Cauê Macris (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo - Mauricio Garcia de Souza/Alesp
Cauê Macris (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo Imagem: Mauricio Garcia de Souza/Alesp

Pedro Venceslau

São Paulo

09/04/2017 10h14

Um dos quadros do PSDB mais próximos do governador Geraldo Alckmin, o deputado estadual Cauê Macris, de 33 anos, novo presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, atribui ao grupo político do senador Aécio Neves (MG) os rumores de que o partido pode apoiar a candidatura de João Doria à Presidência em 2018.

Além de descartar a possibilidade, Macris disse em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" que o prefeito não é nome de consenso nem para a disputa pelo governo paulista.

O prefeito João Doria é uma opção do PSDB para disputar a Presidência?

O candidato a presidente do PSDB se chama Geraldo Alckmin. Ele é inclusive o candidato do Doria. O prefeito me ligou na semana passada e foi explícito nisso.

Há um movimento no PSDB para que Doria seja o nome em 2018?

Não vejo um movimento no partido para lançá-lo. O que vejo são alas do PSDB que estão tentando criar uma cisão dentro de um grupo político interno forte do partido, que é o grupo do Geraldo e do Doria.

Quem quer a cisão?

O fortalecimento do Alckmin internamente no partido após as eleições de 2016 incomoda os adversários que têm pretensão de fazer a disputa nacional.

Se refere ao senador Aécio Neves? Partiu dele esse movimento de rachar o partido com o nome de Doria?

Não diretamente, mas de aliados dele. Algumas pessoas fomentam um racha entre Alckmin e Doria. Sem racha, esse grupo é muito forte. Essa força reduz a chance de eles viabilizarem outro nome em 2018.

Seria uma deslealdade se Doria entrasse na disputa?

Doria é leal. Ele não vai ceder.

O prefeito é uma boa alternativa para disputar o governo paulista?

É um ótimo nome, mas existem outros quadros no PSDB que também são.

Quais?

José Serra e Aloysio Nunes, por exemplo. O PSDB é um partido de quadros, o que é muito positivo. O duro é chegar na campanha e não ter nomes. Mas é cedo para fazer essa discussão interna. Temos de fazer primeiro a discussão no âmbito nacional. É muito mais difícil construir uma campanha nacional. É prematuro falar em disputa estadual.

O que acha da possibilidade de o PSDB apoiar uma eventual candidatura do vice-governador, Márcio França, do PSB?

O Márcio é um grande articulador político, mas nós temos quadros dentro do PSDB. Isso precisa ser respeitado por ele. Acho difícil o PSDB não ter uma candidatura própria para o governo de São Paulo em 2018.

Não seria ruim ter duas candidaturas do mesmo campo?

Não vejo problema nisso.

O nome do senador José Serra seria um consenso na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes?

Todos eles seriam: Doria, Serra e Aloysio. A disputa interna é legítima, não é briga e racha. Veja o exemplo das eleições americanas.

Há uma blindagem ao governador na Assembleia?

Sou chefe de Poder. Minha posição institucional é de independência. Esse é o meu compromisso com os deputados. Quem tem problema precisa ser investigado.

(As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".)