Topo

Maluf estava na lista de Janot, mas Fachin arquivou pedido de abertura de inquérito

Flávio Florido/UOL
Imagem: Flávio Florido/UOL

André Borges e Valmar Hupsel Filho

São Paulo

12/04/2017 08h39

No dia em que foram divulgadas, com exclusividade pelo jornal "O Estado de S. Paulo", as autorizações do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, para abertura de inquéritos contra 98 políticos, sete deles respiraram aliviados. Dois ministros do governo Michel Temer, quatro deputados federais e um senador tiveram pedidos de abertura de inquéritos arquivados por Fachin.

São eles: os ministros Antônio Imbassahy (PSDB-BA), da Secretaria de Governo, e Raul Jungmann (PPS-PE), da Defesa; além do senador Romário (PSB-RJ) e os deputados Paulo Maluf (PP-SP), Orlando Silva (PCdoB-SP), Benito Gama (PTB-BA) e Cláudio Cajado (DEM-BA). Ao arquivar os inquéritos, Fachin acolheu a recomendação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Maluf

No último dia 15 de março, quando foi divulgada a chamada "lista de Janot", Maluf usou as redes sociais para dizer que não era citado. "Não só não estou na Lava Jato e na lista do Janot, como não estou no mensalão", afirmou.

Não é bem assim. Maluf estava, sim, na lista de Janot, só que a investigação sobre seu caso será arquivada por se tratar de casos muito antigos e que não apresentaram meios de serem investigados e aprofundados.

No pedido de arquivamento da petição, Janot afirmou que "não há, no presente momento, viabilidades fática e jurídica para que se dê andamento a uma investigação formal em razão das pessoas mencionadas nos presentes autos".

Ao acolher o pedido da PGR (Procuradoria Geral da República), Fachin fez a ressalva de praxe. "Ressalto, todavia, que o arquivamento deferido com fundamento na ausência de provas suficientes não impede o prosseguimento das investigações caso futuramente surjam novas evidências."

Nesta terça-feira, Fachin autorizou abertura de inquérito para investigar 98 pessoas, sendo oito ministros de Estado, 24 senadores e 39 deputados federais.

Ao todo 12 governadores serão investigados, três deles no próprio STF porque lhes são atribuídos crimes associados a deputados e senadores. Outros 9 investigados no Superior Tribunal de Justiça, instância que investiga governadores.

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".