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Temos de nos preparar para a guerra política, diz Dirceu sobre PT

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Vera Rosa

De Brasília

05/05/2017 07h49

Menos de 24 horas após deixar a Justiça Federal, em Curitiba, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu não resistiu. No café da manhã desta quinta-feira, 4, com os filhos Joana e Zeca Dirceu, e com o amigo Breno Altman, falou sobre o PT, o governo Temer, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PSDB. "Temos de nos preparar para a guerra política", avisou.

O reencontro em liberdade foi em São Paulo, na casa de Joana, antes da viagem rumo a Brasília, de carro. Bem mais magro, Dirceu não reclamou nem mesmo da tornozeleira que agora tem de usar. O ex-ministro não demonstrou abatimento. Afirmou, porém, que sentia muita falta da filha de 5 anos, que mora em Brasília com a mãe, Simone.

Ex-presidente do PT, Dirceu afirmou que o partido precisa mudar rapidamente, atrair a juventude e os movimentos sociais, apresentar um novo projeto e ir para o "enfrentamento" contra o presidente Michel Temer (PMDB) e o PSDB, na tentativa de eleger Lula para o Palácio do Planalto.

Antes da parada em São Paulo, ele passou na casa do advogado Daniel Godoy, em Curitiba. "Não teve uísque nem pizza. Ele passou ali porque era hora do rush. Foi uma conversa entre amigos", contou um dos presentes.

Recebeu várias ligações e também fez telefonemas. Um deles foi para cumprimentar José Genoino, o ex-presidente do PT que na quarta-feira, 3, completou 71 anos.

Ao discorrer sobre o que chama de "fracasso do governo Temer", disse que a "direita" rompeu o pacto constitucional de 1988 que permitiu a redemocratização do País. "Deram o golpe para impedir Lula de ser candidato."

Condenado a 32 anos e um mês, em duas ações penais da Lava Jato, ganhou habeas corpus do STF na quarta. Disse ter sido bem tratado na cadeia e revelou o medo - praticamente uma certeza - de não ficar muito tempo em liberdade. Foi o único momento em que pareceu se emocionar. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".