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Prestes a analisar denúncia, PMDB coloca deputado da 'tropa de choque' em vaga da CCJ

Charles Sholl/Futura Press/Estadão Conteúdo
Imagem: Charles Sholl/Futura Press/Estadão Conteúdo

Daiene Cardoso

De Brasília

30/06/2017 14h39

O PMDB indicou seu vice-líder de bancada, deputado Carlos Marun (MS), para uma das vagas de suplente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado que vai analisar a admissibilidade da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. Marun é um dos membros da "tropa de choque" do governo na Câmara.

A mudança ocorre após a mudança do deputado Valtenir Pereira (MT) para o PSB. Valtenir era do PMDB e a bancada reivindicou a vaga na comissão.

A movimentação acontece em momento em que o governo tenta interferir na escolha do relator da denúncia. Ao mesmo tempo, os governistas trabalham para garantir que a maioria dos 66 membros da comissão vote contra o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A denúncia contra Temer chegou na quinta-feira, 29, na Câmara e o presidente da República tem 10 sessões plenárias para apresentar sua defesa. O prazo começaria a contar nesta sexta-feira se tivesse acontecido a sessão plenária programada para esta manhã. Apenas um parlamentar compareceu e, como o quórum mínimo é de 51 presentes, não houve sessão.

O único deputado presente nesta sexta-feira foi Celso Jacob (PMDB-RJ). Condenado por falsificação de documento público e dispensa indevida de licitação para construção, em 2002, de uma creche em Três Rios, no Rio de Janeiro, Jacob exerce o mandato durante o dia na Câmara e à noite retorna à prisão para dormir. A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o deputado a uma pena de 7 anos e 2 meses de prisão.