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Dono de imóvel trocou 12 ligações com advogado ligado a Lula, diz MPF

Em depoimento, Glaucos afirmou que recebeu a visita de Teixeira (foto) enquanto estava hospitalizado para que ele assinasse recibos retroativos a todo o ano de 2015 - Raquel Cunha/Folhapress
Em depoimento, Glaucos afirmou que recebeu a visita de Teixeira (foto) enquanto estava hospitalizado para que ele assinasse recibos retroativos a todo o ano de 2015 Imagem: Raquel Cunha/Folhapress

Luiz Vassallo

Em São Paulo

21/10/2017 08h44

Enquanto esteve hospitalizado no Sírio-Libanês, o engenheiro Glaucos da Costamarques trocou 12 telefonemas com o advogado Roberto Teixeira, que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação consta no relatório de quebra de sigilo telefônico de Glaucos, que é proprietário do apartamento vizinho à unidade onde mora o petista, em São Bernardo Campo (SP).

O dado foi apresentado pela força-tarefa da Lava Jato no âmbito de incidente de falsidade instaurado para investigar a validade dos recibos de aluguel do apartamento apresentados pela defesa de Lula para comprovar a relação de locador e locatário entre Glaucos e a mulher de Lula, Marisa Letícia, morta em fevereiro.

Em depoimento, Glaucos afirmou que recebeu a visita de Teixeira enquanto estava hospitalizado para que ele assinasse recibos retroativos a todo o ano de 2015. No entanto, o hospital não encontrou registros de visitas do advogado ao suposto laranja. Após novo pedido de Moro, o hospital voltou ontem a dizer que não encontrou registros de entrada de Teixeira.

Para a procuradoria, as ligações "vêm a corroborar a narrativa feita por Glaucos da Costamarques a respeito de ter sido contatado por Roberto Teixeira durante a internação".

Já os advogados de Lula afirmaram, em nota, que o MPF está agindo de forma "desleal", criando uma "nova versão" após o desmentido do hospital.

"O MPF busca, ainda, confundir chamadas não efetivadas e ainda chamadas dirigidas a um ramal central com supostos telefonemas ao advogado Roberto Teixeira", diz o texto. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".