Troca na direção-geral da PF é uma 'temeridade', diz Randolfe Rodrigues
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) classificou como uma "temeridade" a nomeação do delegado Fernando Segóvia ao cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF), no lugar de Leandro Daiello, anunciada nesta quarta-feira (8). "Acho que, enquanto estiverem em curso operações como a Lava Jato e outras que envolvem a elite econômica do País, não devem haver mudanças bruscas no comando da PF", opinou Randolfe.
Para o senador, a mudança pode "comprometer a autonomia de investigação da PF". "Acho essa decisão claramente política e contra qualquer investigação, é uma temeridade", comentou. Ele estranhou que a mudança tenha acontecido após o presidente Michel Temer barrar as duas denúncias contra ele na Câmara dos Deputados, baseadas em inquéritos da PF.
A saída de Daiello vem sendo negociada desde a época do ainda ministro Alexandre de Moraes, porque ele se dizia cansado, sob pressão da família e com a sensação de que já fez tudo o que tinha de fazer à frente do cargo. Há dois meses, o então diretor-geral pediu para deixar a função, mas mudou de ideia para evitar que um nome ligado a políticos ocupasse a cadeira de diretor-geral.
Como revelou a Coluna do Estadão, o nome de Segóvia foi indicado ao presidente Michel Temer pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. O novo diretor-geral da PF é próximo do ex-senador José Sarney - ele foi superintendente da PF no Maranhão - e do ministro do TCU Augusto Nardes, que o apresentou a Padilha. Segóvia possui experiência em inteligência de fronteiras, questão considerada prioritária pelo governo no combate ao crime organizado.
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