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PSDB planeja esconder Aécio e deixá-lo longe de Alckmin na convenção do partido

Aécio Neves e Geraldo Alckmin juntos durante manifestação em São Paulo contra o governo Dilma, em março de 2016 - Bruno Poletti/Folhapres
Aécio Neves e Geraldo Alckmin juntos durante manifestação em São Paulo contra o governo Dilma, em março de 2016 Imagem: Bruno Poletti/Folhapres

Igor Gadelha e Thiago Faria

Brasília

30/11/2017 21h35

Com a imagem desgastada após as denúncias da Operação Lava Jato, o senador Aécio Neves (MG) terá participação reduzida na próxima convenção nacional do PSDB, marcada para 9 de dezembro. O mineiro, afastado da presidência do partido desde maio, nem sequer deve discursar no evento que alçará o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao comando nacional da legenda.

A intenção é evitar que a imagem desgastada do senador possa, de alguma forma, ser associada à de Alckmin, pré-candidato à Presidência da República. A transmissão do cargo, por exemplo, deve ficar a cargo de Alberto Goldman, presidente interino da legenda. Aliados de Alckmin querem evitar até mesmo que o senador mineiro seja fotografado ao lado do governador paulista.

"O Alckmin ficará muito feliz em ser o Goldman (que fará a transmissão do cargo). Mais do que isso não posso falar", disse à reportagem o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), um dos principais aliados de Aécio.

O líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (PSDB-SP), ligado a Alckmin, afirma que caberá ao próprio Goldman definir a participação de Aécio.

"Isso não está combinado, precisa ver com o Goldman, ele que vai conduzir o partido na convenção", disse. Segundo ele, a ideia é que apenas líderes de bancadas na Câmara e no Senado e governadores discursem na convenção.

Procurado via assessoria, Aécio ainda não respondeu.