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Jungmann é contra envio de tropas federais a Porto Alegre no julgamento de Lula

28.jul.2017 - Raul Jungmann durante entrevista no Rio de Janeiro - FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO
28.jul.2017 - Raul Jungmann durante entrevista no Rio de Janeiro Imagem: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

Tânia Monteiro

Brasília

04/01/2018 18h29

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse ao Estadão Conteúdo que não concorda com o emprego das Forças Armadas em Porto Alegre como reforço à segurança da cidade, no dia 24 de janeiro, durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta quarta-feira (3), o prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Júnior, do PSDB, solicitou apoio do Exército e da Força Nacional para o dia do julgamento como medida preventiva aos protestos que estão sendo organizados por militantes do PT.

"Não cabe à Prefeitura de Porto Alegre solicitar o emprego de Forças Armadas. Somente ao governo do Estado, e se houver perda de controle, o que não é o caso", declarou o ministro, acrescentando: "tampouco acho que haverá necessidade".

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Jungmann argumentou que a Polícia Militar de Porto Alegre "é muito bem preparada e equipada e sabe agir (em casos de distúrbio)". Ele avaliou que "estão maximizando esta situação". Jungmann avisou ainda que será contra caso haja um novo pedido de emprego das tropas federais em Porto Alegre.

Lula, que será julgado no Tribunal Federal Regional da 4ª Região, já foi condenado em primeira instância a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá. Se a condenação for confirmada, o petista pode ser impedido de disputar a eleição presidencial deste ano.

De acordo com nota divulgada pelo prefeito tucano, líderes políticos convocaram uma "invasão" em Porto Alegre. Ele utilizou esta justificativa para defender a necessidade de reforço militar para "preservar a integridade dos cidadãos e do patrimônio coletivo".

Ao se declarar contra o envio de tropas do Exército na capital gaúcha, Jungmann insistiu que o pedido preventivo não encontra nenhum amparo legal.

"Senão, poderíamos ter prefeito dos seis mil municípios pedindo a mesma coisa, em caso de problemas em suas cidades", observou.