Topo

Com caso parecido ao de Lula, irmão de Dirceu levou quase 5 meses para ser preso

Irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva foi preso nesta sexta (10) - WEBER SIAN/A CIDADE/ESTADÃO CONTEÚDO
Irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva foi preso nesta sexta (10) Imagem: WEBER SIAN/A CIDADE/ESTADÃO CONTEÚDO

Ricardo Brandt, Julia Affonso e Luiz Vassallo

São Paulo

10/02/2018 09h32

De cabeça baixa, olhos cerrados e uma garrafa de água na mão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, o irmão do ex-ministro José Dirceu, caminhou para a prisão, onde cumprirá 10 anos e 6 meses de pena por crime de lavagem de dinheiro no esquema de corrupção na Petrobras. Foram quase 5 meses entre a confirmação de sua sentença na segunda instância da Operação Lava Jato, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), e a ordem de execução da pena, assinada cumprida nesta sexta-feira (9) pela Polícia Federal, em Ribeirão Preto (SP).

A ordem dada pela 8ª Turma do TRF-4, em Porto Alegre, responsável pela revisão dos processos de primeira instância da Lava Jato de Curitiba, conduzidos pelo juiz federal Sergio Moro, de que a pena de prisão em regime inicial fechado fosse executada assim que encerrada as fases de recurso na Corte é a mesma dada pelos desembargados no histórico julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 24 de janeiro.

Lula teve sua condenação da Lava Jato --de primeira instância- confirmada no TRF-4 no caso do tríplex do Guarujá, que apurou propina de R$ 2,2 milhões da OAS, e a pena aumentada de 9 anos e 6 meses de prisão para 12 anos e 1 mês, por unanimidade, assim como o irmão de Dirceu.

Em casos assim, quando não há divergência entre os três desembargadores do Turma, o caminho recursal é a apresentação de embargos de declaração, que são julgados pela própria Turma - se houver um voto divergente, o caminho é o embargo infringente, que deve ser votado pela 4ª Seção, composta pelas 7ª e 8ª Turmas da Corte.

Prazos

Em maio de 2016, Moro condenou Luiz Eduardo de Oliveira e Silva a oito anos e nove meses de prisão por lavagem e pertinência à organização criminosa. O processo foi levado à 2.ª instância da Lava Jato. O TRF-4 aumentou a pena do irmão do ex-ministro para 10 anos, 6 meses e 23 dias de prisão.

Considerando o que foi revelado pela Operação Lava Jato até o momento e a condenação em 2ª Instância, Lula deveria ou não ser preso?

Resultado parcial

Total de 380815 votos
79,35%
20,65%

Valide seu voto

O julgamento da apelação do caso de Dirceu e do irmão aconteceu em duas sessões da 8.ª Turma, a primeira no dia 13 de setembro e a segundo no dia 26, quando saiu o veredicto. Na primeira foi confirmada a condenação de Oliveira e Silva. Mas houve pedido de vista, após divergência entre os desembargadores e só na segunda sessão se chegou à decisão dos desembargadores.

Contando da decisão final, são quatro meses e meio entre o veredicto e a prisão. Mas a sentença do irmão já era sabida desde o dia 13.

O acórdão do julgamento - documento que abre contagem no processo para defesa apresentar os recursos - foi publicado no dia 10 de outubro, com a confirmação da condenação, o aumento da pena e a ordem da execução de prisão - assim que esgotados os recursos na Corte. Foi nessa data que abriu-se prazo para recursos.

No caso do processo de Lula, o acórdão do julgamento do dia 24 foi publicado pelo TRF-4 nesta terça-feira (6). A defesa do ex-presidente tem até dia 20 de fevereiro para entrar com os embargos de declaração.

Por meio deste recurso, os defensores podem questionar obscuridades nos votos dos desembargadores.

Lula pode ser preso após condenação?

UOL Notícias

Embargo

A defesa do irmão de Dirceu apresentou os embargos de declaração no dia 24 de outubro, data final para entrega do recurso, segundo consta no sistema de processo eletrônico do TRF-4 - mesmo dia que recorreu a defesa de Dirceu.

Um mês depois, exatamente em 21 de novembro, a 8.ª Turma negou os embargos apresentados pelos réus e publicou o acórdão com a decisão no dia 4 de dezembro. Como houve voto divergente dos desembargadores em relação à pena de outros réus do processo, como Dirceu, eles entraram com pedidos de embargos infringentes.

Luiz Eduardo foi detido na sexta-feira, 9, pela Polícia Federal, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva teve condenação da Lava Jato confirmada por unanimidade no TRF-4 em 26 de setembro e apresentou embargos de declaração em 24 de outubro. Na quarta, 7, a Corte considerou caso transitado em julgado, o juiz Sergio Moro mandou prender no dia seguinte.