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Empreiteiras transferiram dinheiro para Paulo Preto no exterior, diz procurador

Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto (esq.), e Aloysio Nunes (PSDB), ex-ministro das Relações Exteriores - Robson Fernandes/Estadão Conteúdo e Fátima Meira/Futura Press/Folhapress
Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto (esq.), e Aloysio Nunes (PSDB), ex-ministro das Relações Exteriores Imagem: Robson Fernandes/Estadão Conteúdo e Fátima Meira/Futura Press/Folhapress

Lorenna Rodrigues

Em Brasília

19/02/2019 11h39

Três empreiteiras transferiram recursos para a conta na Suíça do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, de acordo com o procurador da República Roberson Pozzobon. Paulo Preto foi preso hoje (19) na 60ª fase da Operação Lava Jato, chamada de Ad Infinitum.

Segundo Pozzobon, a Camargo Correa transferiu US$ 309 mil em 2008, a Andrade Gutierrez transferiu US$ 643 mil também em 2008 e a Odebrecht, US$ 275 mil em 2007. A suspeita é que Paulo Preto tenha ajudado a lavar dinheiro no esquema de corrupção investigado utilizando contratos e joint ventures de fachada.

Os investigadores descobriram entre os documentos uma solicitação para a entrega de um cartão de crédito aos cuidados do ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes (PSDB-SP), vinculado às contas do esquema.

"Considerando essa solicitação do cartão de crédito, solicitamos autorização para mandados de busca e apreensão nos endereços do ex-chanceler", afirmou Pozzobon.

De acordo com o procurador, trata-se de um esquema criminoso "complexo" que demandou a cooperação de países como Suíça, Bahamas, Cingapura e Espanha, que forneceram extratos das movimentações financeiras dos investigados. Ainda há a suspeita de que parte do dinheiro tenha sido transferida para Hong Kong e Taiwan.

De 2010 a 2012, a Odebrecht pagou R$ 45 milhões em propina a agentes da Petrobras somente nesse braço da investigação. Também são investigados os supostos operadores do esquema Rodrigo Tacla Duran, Adir Assad e Álvaro Novis. "A relação entre os agentes criminosos e a Odebrecht vinha de outros carnavais. A partir de 2007, conseguimos identificar movimentações ilícitas entre eles", completou Pozzobon.

Defesas

A reportagem ainda não conseguiu contactar os citados. O espaço está aberto para as manifestações.