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Olavo de Carvalho rebate ministro Santos Cruz e ataca militares no governo

Escritor Olavo de Carvalho - JOSHUA ROBERTS/Reuters
Escritor Olavo de Carvalho Imagem: JOSHUA ROBERTS/Reuters

Gregory Prudenciano

São Paulo

26/03/2019 18h05

O escritor Olavo de Carvalho voltou a criticar os militares em tuítes publicados na tarde de hoje, dia em que o Twitter brasileiro é palco de mais uma disputa de hashtags entre opositores e apoiadores do golpe de 1964.

"Em 1964 os militares expulsaram os comunistas do poder e depois passaram vinte anos chamando-os de volta. Eles vieram e dominaram tudo por quase quatro décadas, achincalhando e humilhando os militares. Você ainda confia em militar para lidar com esses assuntos?", escreveu Olavo de Carvalho.

O escritor, que já demonstrou influência no governo Bolsonaro, foi recentemente chamado de "desequilibrado" pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, que é general da reserva.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o general atribuiu ao suposto desequilíbrio de Olavo de Carvalho a postura pública do escritor, manifestada em "colocações na mídia, com linguajar chulo, com palavrões", segundo ele.

Santos Cruz respondeu a agressões anteriores de Olavo ao núcleo militar do governo, grupo que teria, segundo o escritor, uma "mentalidade golpista". Olavo já havia dito também que o vice-presidente, Hamilton Mourão, também general da reserva, seria "idiota" e "estúpido".

Ontem, Olavo havia tuitado, em tom de ironia, que estava "muito ocupado" e que daria depois "a resposta carinhosa" merecida por Santos Cruz. Hoje, escreveu que "militares brasileiros de alta patente são mentalmente escravos da mídia que os achincalha" e se defendeu das críticas recebidas dizendo que "nenhum general disse uma palavra contra os inimigos de Bolsonaro, só contra os amigos dele", explicando então que se referia aos filhos do presidente e a si próprio.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.