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Intoxicação por monóxido de carbono causou morte de família brasileira no Chile

Da esq. para dir.: Felipe Nascimento de Souza, 13, Débora Muniz Nascimento de Souza, 38, Fabiano de Souza, 4, e Karoliny Nascimento de Souza, 14 - Reprodução/Facebook
Da esq. para dir.: Felipe Nascimento de Souza, 13, Débora Muniz Nascimento de Souza, 38, Fabiano de Souza, 4, e Karoliny Nascimento de Souza, 14 Imagem: Reprodução/Facebook

Aline Torres, especial para AE

Florianópolis

01/06/2019 09h10

Intoxicação por monóxido de carbono foi a causa da morte de seis brasileiros da mesma família, em 22 de maio, em Santiago, no Chile. Eles inalaram o gás tóxico que vazou do sistema de aquecimento do prédio onde estavam hospedados durante férias na capital chilena.

Segundo informações repassadas pelo advogado da família, Mirivaldo Campos, o gás vazou do sistema de aquecimento do prédio. A principal hipótese é de que tenha vindo do chuveiro. O prédio, no bairro turístico de Bellas Artes, tinha mais de 50 anos e o apartamento não era vistoriado há 15.

O apartamento foi alugado pela família por meio de uma plataforma online, o Airbnb. A viagem a Santiago era um presente para a adolescente Karoliny Nascimento, que completaria 15 anos dois dias depois da tragédia.

Karoliny, o irmão Felipe Nascimento, de 13, a mãe Débora Nascimento, de 38, e o pai Fabiano de Souza, de 41, morreram. As outras vítimas foram o irmão e a cunhada de Débora, Jonathas Kruger Muniz, de 30 anos, e Adriane Padilha Kruger.

Pouco antes de morrer, Débora enviou mensagens de áudio a parentes no Brasil. Nas gravações, ela pede socorro e relata que o filho Felipe já estava "roxo". Diz ainda que também estava sentindo dores nas articulações e que a emergência estava demorando a chegar. Autoridades chilenas investigam negligência da polícia.

"Não consigo mais, minhas articulações também estão parando e ficando roxas. E essa ambulância não chega. Acho que nós todos estamos contaminados por um vírus, Raquel, que paralisa as articulações e dá vômito. Não sei o que vai ser de nós."

Velório

A previsão é de que o translado dos corpos ocorra na segunda-feira (3). O velório dos seis será aberto ao público e ocorrerá no ginásio de esportes da Univali, em Biguaçu, na terça (4). O enterro está previsto para as 17h, no Cemitério de São Miguel, também em Biguaçu, município da Grande Florianópolis, onde Fabiano, Débora e os filhos moravam.

Quem são as vítimas em Santiago

  • Fabiano de Souza

Tinha 41 anos. Pai de Felipe e Karoliny e marido de Débora Muniz Nascimento de Souza. Trabalhava como pedreiro e pescador. Morava em Biguaçu (SC).

  • Débora Muniz Nascimento

Mãe de Felipe e Karoliny, tinha 38 anos. Trabalhava como professora. Gostava de viajar e compartilhava nas redes fotos de passeios em família.

  • Karoliny Nascimento

Tinha 14 anos. Filha de Débora e Fabiano. Completaria 15 anos nesta sexta-feira. A viagem a Santiago foi realizada em comemoração pelo seu aniversário

  • Felipe Nascimento

Tinha 13 anos. Filho Débora Muniz Nascimento e Fabiano de Souza. Foi o primeiro a apresentar os sintomas da intoxicação pela inalação de gás.

  • Jonathas Nascimento

Tinha 30 anos. Irmão de Débora e padrinho de Karoliny - a quem presenteou com a viagem. Era chefe de RH o Instituto Adventista de Tecnologia.

  • Adriane Kruger

Casada com Jonathas. Era de Goiânia e morava em Hortolândia (SP), com o marido. Publicou na véspera imagem de um passeio em Santiago.