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Todos querem botar alguém no ministério, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) cumprimenta apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília - José Cruz/Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) cumprimenta apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Fabrício de Castro

Brasília

22/06/2019 15h09

Após as alterações recentes em ministérios próximos ao Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou hoje (22) que não pretende mudar outros ministros. Ele reconheceu, no entanto, que recebe pedidos para mudanças. "É natural, né?", disse Bolsonaro a jornalistas.

Segundo ele, o maior alvo de pedidos de mudança é no Ministério de Minas e Energia, comandado hoje por Bento Albuquerque. "Não sei por que, ninguém pede (o ministério) da Damares", ironizou Bolsonaro.

Damares Alves ocupa o MMFDH (Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos).

O presidente afirmou, no entanto, que é "natural" que surjam pedidos assim.

"A gente conversa, se expõe, se explica, e grande parte deles entende a situação que nos encontramos", pontuou Bolsonaro. "Vamos supor que eu dê o ministério x para tal partido, você me pede o Meio Ambiente e bota o Zequinha lá. Como é que fica o agronegócio?", afirmou Bolsonaro.

Falando de forma geral, o presidente disse que "todos" querem botar "o meu homem ou mulher" em ministérios. "Todos pedem, sem exceção", disse Bolsonaro. "Nós não podemos voltar a ter ministros de partidos, é isso que eu sempre apelo para os colegas do parlamento. Fiquei 28 anos lá, sei como funciona aquilo lá", acrescentou.

Questionado sobre a nomeação de indicações políticas para o segundo escalão, Bolsonaro reconheceu que a prática acontece.

"Até porque você pega um Estado - eu sou aqui do Sudeste -, você pega do Norte, Nordeste, a gente não conhece ninguém lá", disse Bolsonaro.

"Então, nós temos que botar gente indicada por parlamentar e que nós sabemos quem tá indicando. E se algo de errado acontecer, o parlamentar será chamado, convidado a conversar conosco", afirmou Bolsonaro.