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PF acredita que suspeito de hackear Moro e Deltan conversou com Greenwald

O ministro da Justiça, Sergio Moro, durante assinatura do Acordo de Cooperação Técnica com a PRF no Ministério da Cidadania e dos Direitos Humanos em Brasília - Fátima Meira - 11.set.19/Futura Press/Estadão Conteúdo
O ministro da Justiça, Sergio Moro, durante assinatura do Acordo de Cooperação Técnica com a PRF no Ministério da Cidadania e dos Direitos Humanos em Brasília Imagem: Fátima Meira - 11.set.19/Futura Press/Estadão Conteúdo

Fausto Macedo e Luiz Vassallo

São Paulo

23/09/2019 18h07

A Polícia Federal acredita ter encontrado uma conversa que aponta para o envolvimento do hacker Luiz Henrique Molição com o vazamento de mensagens publicadas pelo site The Intercept. Para os investigadores, um áudio encontrado em seu celular mostra uma suposta conversa com o jornalista Glenn Greenwald - que não é tido como investigado. Molição foi preso na quinta-feira, 19, na segunda fase da Operação Spoofing.

"Chegamos à conclusão de que eles estão fazendo um jogo para tentar desmoralizar o que tá acontecendo", afirmou o hacker, em um curto diálogo. "Então, é? a gente? eu estava discutindo com o grupo? eu queria falar com você um assunto".

"Analisando o perfil de instagram "@luiz.molicao" foi identificado um vídeo no stories no qual seria possível ouvir a voz de Luiz Molição, que segundo a equipe policial, aparenta ter semelhança com a voz do interlocutor do jornalista Glenn Greenwald na gravação de áudio acima mencionada", diz a PF, na representação pela prisão de Molição.

Segundo os investigadores, a conversa teria ocorrido no dia 7 de junho, e Molição faz referência ao "grupo que pegou o Telegram de várias pessoas".

De acordo com os investigadores, por "tais informações, verifica-se a existência de indícios razoáveis da participação de Luiz Henrique Molição nos fatos investigados".

A PF ainda vê contatos frequentes entre Molição e Walter Delgatti Neto, o "vermelho", que admitiu ter feito parte dos vazamentos. Em depoimento, ele afirmou não ter recebido dinheiro para repassar as mensagens, e que a ex-deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) intermediou seu contato com o site.

A PF, no entanto, ainda investiga se os hackers teriam sido patrocinados pelas invasões e, se foram, quem teria feito pagamentos.

Contas dos investigados, de acordo com relatórios sobre suas transações financeiras, apresentaram um saldo incompatível com seus vencimentos, segundo consta em relatórios de investigações.