Topo

Esse conteúdo é antigo

Cortejada pelo PT, Marta diz apoiar aliança contra extrema direita

A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy - Luciola Villela/ UOL
A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy Imagem: Luciola Villela/ UOL

Ricardo Galhardo

São Paulo

26/11/2019 13h10

Cotada para compor a chapa do Partido dos Trabalhadores na disputa pela Prefeitura de São Paulo no ano que vem, a ex-prefeita e ex-senadora Marta Suplicy, atualmente sem partido, disse que seu foco é ajudar na criação de uma frente ampla contra o que ela chama de "retrocesso no processo civilizatório" e, para isso, está disposta a cumprir qualquer função nas eleições do ano que vem.

Depois de participar do jantar de final de ano do grupo Prerrogativas, que reuniu mais de 300 advogados e lideranças de centro-esquerda em uma churrascaria, em São Paulo, Marta disse que a criação de uma frente para se contrapor à extrema-direita representada pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido) passa pelas eleições de 2020 e ela está em uma "situação privilegiada" por não almejar cargos.

"Ser candidata não é o meu propósito. Meu propósito é ajudar. Estou numa situação privilegiada. Eu não tenho o desejo de (disputar cargos). Não vou brigar para ser isso ou aquilo. Não estava no meu radar. Meu radar é criar uma frente forte, mesmo porque acho que estamos correndo risco sério", disse a ex-prefeita.

O jantar foi uma espécie de retorno de Marta ao ambiente político, em que ela fez carreira, mas do qual estava afastada desde que deixou o PT para se filiar ao PMDB, com duras críticas aos petistas e apoiando o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Além dela, estavam no encontro o ex-governador Márcio França (PSB), pré-candidato a prefeito; o ex-deputado Gabriel Chalita (que também está sem partido), o ex-prefeito Fernando Haddad (PT); o deputado Marcelo Freixo (PSOL), pré-candidato à prefeitura do Rio; o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, e vários parlamentares como o deputado Rui Falcão (PT-SP). Marta e Falcão, que foi homem forte na gestão da ex-prefeita, se cumprimentaram gentilmente depois de muitos anos de rompimento político.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era esperado, mas não compareceu. O caráter suprapartidário do encontro, no entanto, podia ser resumido com a presença do filho de Lula, Fábio Luiz, e da filha do ex-presidente Michel Temer, Luciana, que foi secretária municipal de Assistência Social durante o governo Haddad.

A presença da ex-prefeita era o assunto principal nas mesas e rodas de conversa do jantar. Muitos participantes não escondiam a empolgação com a possibilidade de Marta voltar ao PT e ser candidata à Prefeitura pelo partido.

Indagada sobre os recentes elogios recebidos de Lula e a declaração do ex-presidente de que ela poderia voltar para o PT do mesmo jeito que saiu, Marta foi econômica: "Eu fiquei muito honrada com a fala do Lula e estou imersa na atividade da frente ampla. Acho que é ela que tem a possibilidade de dar uma resposta ao retrocesso no processo civilizatório. Eu me pus como cabo eleitoral".

Marta ficou em uma mesa grande ao lado do marido, Marcio Toledo, Maristela e Fernando Haddad, o tesoureiro do PT, Emídio de Souza, Márcio França e vários advogados.

O jantar, que também marcou o lançamento do site do Prerrogativas, teve como homenageados os advogados Sigmaringa Seixas - morto em dezembro do ano passado -, Celso Antônio Bandeira de Mello e Weida Zancaner. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.