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Governo discute fechamento de fronteiras em reunião na Defesa

O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o presidente Jair Bolsonaro, em transmissão pelo Facebook - Reprodução/Facebook (12.03.2020)
O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o presidente Jair Bolsonaro, em transmissão pelo Facebook Imagem: Reprodução/Facebook (12.03.2020)

Tânia Monteiro

Em Brasília

16/03/2020 13h20

O governo federal realiza nesta segunda-feira, no Ministério da Defesa, reunião para discutir a questão do fechamento ou não das fronteiras brasileiras. A situação mais delicada é do Brasil com a Venezuela. Na semana passada, o governador de Roraima, Antonio Denariu (PSL), pediu que a fronteira com o país vizinho seja fechada no Estado, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo. O assunto é considerado delicado e divide opiniões.

O presidente Jair Bolsonaro poderá ir ao Ministério da Defesa participar de parte da reunião. O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, está acompanhando o encontro por teleconferência porque ainda está fazendo um autoisolamento até que repita o exame para coronavírus, já que integrou a comitiva presidencial aos Estados Unidos, onde estava o secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, que testou positivo para a doença.

O ministro da Casa Civil, general Braga Netto, participa da reunião. Também estão presentes ao encontro, o ministro da Justiça, Sérgio Moro; o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; o secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional, general Douglas Bassoli, entre outros. Há expectativa de participação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Conforme apurou o Estado, os ministérios da Saúde e da Justiça e Segurança Pública estariam a favor do fechamento, para evitar a ampliação dos problemas no Estado, que sofre com a superlotação de seus hospitais, e chegada constante de imigrantes, por causa da falta de recursos do país vizinho. Os militares, por sua vez, embora reconheçam as dificuldades e preocupações do governador, advertem sobre a complexidade da medida, que poderia acabar se mostrando inócua, dado o tamanho da fronteira e a sua porosidade.

Militares ouvidos pela reportagem alertam que, com a fronteira aberta, é possível haver um controle por parte das autoridades brasileiras sobre quem entra e quem sai, inclusive uma avaliação da situação sanitária dos imigrantes. Eles avaliam que, fechando a fronteira, as pessoas passariam a buscar as inúmeras trilhas e continuariam a entrar no Brasil em busca de ajuda, só que sem nenhum tipo de controle porque os caminhos são inúmeros.

Mais cedo, o próprio presidente Bolsonaro, em entrevista à falou Rádio Bandeirantes, sobre como a decisão de fechar a fronteira com a Venezuela poderia ser inócua. Segundo o presidente, "pode até fechar a fronteira, mas (a entrada) vazaria por outro lugar". Existem inúmeras passagens não oficiais e trilhas entre os dois países.

O presidente disse também que o Brasil pode adotar um controle maior e exigir exames para quem quiser entrar no País a partir da Venezuela. Questionado se há a possibilidade de fechar a fronteira, Bolsonaro disse considerar a medida pouco efetiva. O presidente não detalhou quais exames seriam exigidos de quem pretende entrar no País a partir do país vizinho.