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Bolsonaristas protestam em frente à casa do ministro Moraes em SP: 'Comunista'

Protesto na frente da case do ministro do STF Alexandre de Moraes - Reprodução
Protesto na frente da case do ministro do STF Alexandre de Moraes Imagem: Reprodução

André Borges e Amanda Pupo

Brasília

03/05/2020 09h52

Um grupo de manifestantes pró-Bolsonaro fez um protesto ontem em frente ao prédio onde o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, tem residência, em São Paulo —o magistrado suspendeu a nomeação do novo diretor da Polícia Federal que tinha sido definida pelo presidente Jair Bolsonaro.

Com uso de um megafone, cerca de 20 manifestantes, com carros parados na calçada cobertos com a bandeira do Brasil, xingavam Moraes e pediam para que ele descesse até a rua. O ministro foi chamado de "comunista que não gosta de polícia" e que estava "com medo do Ramagem".

O jornal "O Estado de S. Paulo" apurou que duas pessoas acabaram detidas pela Polícia Civil de São Paulo e que podem ser alvos processo por ameaça, calúnia, injúria e difamação. Procurado pela reportagem, o ministro não comentou o assunto.

As agressões e ameaças contra o ministro do STF têm origem em sua decisão tomada na quarta-feira (29). Poucas horas antes da cerimônia de posse do novo diretor-geral da PF, Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro escolhido para ocupar o posto, Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação. A decisão liminar atendeu a um pedido apresentado pelo PDT após o governo baixar decreto confirmando a indicação.

De acordo com Moraes, as declarações anteriores dadas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, sobre a tentativa de interferências na autonomia da corporação, além da divulgação de mensagens trocadas com o ex-ministro e a abertura do inquérito no próprio Supremo para investigar as acusações, motivaram a necessidade de impedir a posse de Ramagem.