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Pazuello 'vai ficar por muito tempo' como ministro da Saúde, diz Bolsonaro

Foto: José Dias/PR
Imagem: Foto: José Dias/PR

Emilly Behnke

Brasília

20/05/2020 11h38Atualizada em 20/05/2020 12h26

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, "vai ficar por muito tempo" no cargo. Ele está no posto desde a demissão de Nelson Teich, na semana passada.

A afirmação foi feita a um grupo de mulheres funcionárias do sistema de coleta de lixo que estavam próximas ao Palácio da Jaburu.

"Ele (Pazuello) vai ficar por muito tempo, esse que está lá. Isso aí não vou mudar, não. Ele é bom gestor e vai ter uma equipe boa de médicos abaixo dele", declarou. O vídeo da interação foi publicado pelo Foco do Brasil, canal do YouTube de perfil pró-governo.

O presidente parou o comboio para conversar com as garis logo que deixou o Palácio da Alvorada. Ele questionou o grupo sobre a situação de trabalho dos vizinhos e conhecidos das funcionárias.

"Uma pergunta para vocês, vocês estão trabalhando, e os vizinhos perderam o emprego? Como é que está? Aguenta muito tempo ficar sem trabalhar? Como é que está a geladeira desse pessoal, está vazia?", perguntou.

O presidente voltou a comparar a pandemia do novo coronavírus a "uma chuva" em que muitos vão se molhar. "A questão do vírus, mais da metade vai pegar. Não adianta. Igual uma chuva".

Bolsonaro também fez uma crítica velada às medidas de isolamento social que têm afetado a atividade econômica.

"Esse empobrecimento que estão fazendo quase que no Brasil todo, vai levar pobre ficar mais pobre, classe média ficar pobre, e é ruim para todo mundo porque sem dinheiro não tem vida, não tem saúde", afirmou.

Ontem, o Brasil passou de 17 mil mortos pela covid-19 e registrou, pela primeira vez, mais de mil óbitos pela doença em 24h. Pazuello, que não participou de nenhuma entrevista coletiva desde que assumiu o cargo, não se manifestou sobre os recordes.

Bolsonaro, hoje de manhã, postou em suas redes sociais que o país vive "dias difíceis". Ontem, dia das marcas negativas, o presidente fez uma piada sobre a crise: "quem é de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma tubaína".