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Procuradores reagem e atribuem a Witzel 'tentativa de politizar' investigação

Em nota, a Associação Nacional de Procuradores da República defendeu que as acusações "estão lastreadas por vasta documentação" - PILAR OLIVARES
Em nota, a Associação Nacional de Procuradores da República defendeu que as acusações "estão lastreadas por vasta documentação" Imagem: PILAR OLIVARES

28/08/2020 21h33

A Associação Nacional dos Procuradores da República divulgou nota hoje para rebater as críticas do governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), contra a subprocuradora-geral Lindôra Araújo, responsável pela denúncia que o acusa de corrupção e lavagem de dinheiro.

Mais cedo, o governador acusou Lindôra de perseguição política e ligação com a família Bolsonaro.

"Uma procuradora cuja imprensa já denunciou um relacionamento próximo com a família Bolsonaro. Bolsonaro que já declarou que quer o Rio de Janeiro, já me acusou de perseguir a família dele", disse Witzel.

"Eu quero desafiar o Ministério Público Federal, na pessoa da doutora Lindôra — porque a questão agora é pessoal —, que me acusou de chefe da organização criminosa. Quero que ela apresente um único e-mail, um único telefonema, uma prova testemunhal, um pedaço de papel, que eu tenha pedido qualquer tipo de vantagem ilícita", continuou o governador.

A ANPR rebateu Witzel, classificando as acusações como 'tentativa politizar ou desacreditar o trabalho desenvolvido pelo Ministério Público Federal'.

"As acusações feitas pelo MPF perante o Superior Tribunal de Justiça estão lastreadas por vasta documentação obtida nas Operações Favorito e Placebo, e amparadas, ainda, por delação de ex-autoridade pública do próprio governo estadual", afirma a entidade. "A tentativa de politizar ou desacreditar o trabalho desenvolvido pelo MPF merece ser veementemente rechaçada".

Leia a íntegra da nota:

"O trabalho dos membros do MPF é realizado com lisura, seriedade e respeito às regras legais vigentes, sendo submetido, ainda, sempre, à devida análise do Poder Judiciário.

A Operação Tris in Idem revelou grave esquema de desvios de recursos públicos operado no governo do Rio de Janeiro, dinheiro esse que deveria ser destinado, principalmente, ao combate à pandemia de covid-19, doença que, até o presente momento, já custou a vida de quase 16 mil pessoas naquele estado.

As acusações feitas pelo MPF perante o Superior Tribunal de Justiça estão lastreadas por vasta documentação obtida nas Operações Favorito e Placebo, e amparadas, ainda, por delação de ex-autoridade pública do próprio governo estadual.

A tentativa de politizar ou desacreditar o trabalho desenvolvido pelo MPF merece ser veementemente rechaçada, com o devido desagravo a todos os colegas que contribuíram para mais um exemplar trabalho desenvolvido contra a corrupção no país."