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Defesa liderou gastos do governo com alimentos; veja despesas de cada força

O presidente Jair Bolsonaro, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército  - Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Imagem: Marcos Corrêa/PR

Redação, O Estado de S.Paulo

São Paulo

28/01/2021 16h44

Após a repercussão negativa dos gastos do governo federal com alimentação no ano passado, o Ministério da Defesa, maior comprador de gêneros alimentícios, justificou o dinheiro investido pela pasta. Em nota, o órgão afirma que o montante foi usado para custear as refeições de 370 mil homens e mulheres em 1,6 mil instalações militares em todo o País.

A manifestação veio depois que o portal Metrópoles fez um levantamento das despesas do governo federal com base nos dados disponíveis no painel de compras do governo, ligado ao Ministério da Economia. O site considerou apenas gastos que somaram mais de R$ 1 milhão cada e chegou ao total de R$ 632 milhões consumidos pelo Ministério da Defesa e suas autarquias. Quando consideradas todas as despesas, o somatório é ainda maior, salta para cerca de R$ 668 milhões. O valor se refere a compras pagas em 2020, incluindo aquelas empenhadas em ano anterior.

O Comando do Exército lidera os gastos: foram mais de R$ 496 milhões. Em seguida, vem a Aeronáutica, responsável por R$ 135 milhões para compra de alimentos, e a Marinha por R$ 32 milhões. Já os gastos do próprio ministério foram bem mais reduzidos: cerca de R$ 1,2 milhão.

Entre os itens comprados, o leite condensado para 'energia' das tropas, que rendeu memes nas redes sociais e ficou entre os assuntos mais comentados da internet, e chiclete para 'higiene bucal' em situações excepcionais. Há ainda frutos do mar e vinho.

COM A PALAVRA, O MINISTÉRIO DA DEFESA

"O Ministério da Defesa (MD) informa que as Forças Armadas devem, por lei, prover alimentação aos militares em atividade. Ao contrário dos civis, os militares não recebem qualquer auxílio alimentação.

O efetivo de militares da ativa é de 370 mil homens e mulheres, que diariamente realizam suas refeições, em 1.600 organizações militares espalhadas por todo o País.

O valor da etapa comum de alimentação, desde 2017, é de R$ 9,00 (nove reais) por dia, por militar. Com esses recursos são adquiridos os gêneros alimentícios necessários para as refeições diárias (café da manhã, almoço e jantar). Esse valor não é reajustado há três anos.

As Forças Armadas têm a responsabilidade de promover a saúde da tropa por meio de uma alimentação nutricionalmente balanceada, em quantidade e qualidade adequadas, composta por diferentes itens.

O leite condensado é um dos itens que compõem a alimentação por seu potencial energético. Eventualmente, pode ser usado em substituição ao leite. Ressalta-se que a conservação do produto é superior à do leite fresco, que demanda armazenamento e transporte protegido de altas temperaturas.

No que se refere a gomas de mascar, o produto ajuda na higiene bucal das tropas, quando na impossibilidade de escovação apropriada, como também é utilizado para aliviar as variações de pressão durante a atividade aérea.

Salienta-se ainda que, em 2020, as Forças Armadas mantiveram plenamente suas atividades, uma vez que a defesa do País e a segurança das fronteiras marítima, terrestre e aérea, bem como o treinamento e o preparo, são essenciais e não foram interrompidas. As Operações Covid-19 e Verde Brasil 2 demandaram um enorme esforço das tropas diuturnamente. Só no combate à pandemia, mais de 34 mil militares atuaram diariamente em todo o território nacional.

Em suma, considerando o efetivo das Forças Armadas, é natural que os totais de gêneros, quando somados, apresentem valores compatíveis com sua missão e tarefas."