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Precisa e Bharat reforçam que negociação foi mais favorável que em outros países

Em nota, a Bharat Biotech afirmou que o preço das doses para exportação varia entre US$ 15 a US$ 20 - Reprodução
Em nota, a Bharat Biotech afirmou que o preço das doses para exportação varia entre US$ 15 a US$ 20 Imagem: Reprodução

Matheus de Souza e Pedro Caramuru

São Paulo

30/06/2021 17h18Atualizada em 30/06/2021 17h51

Sob suspeita de irregularidades no fornecimento de vacinas ao governo brasileiro, as farmacêuticas Bharat Biotech, na Índia, e Precisa Medicamentos, no Brasil, informaram que as condições para fornecimento de vacinas Covaxin contra a covid-19 ao país foram mais favoráveis que a outras nações.

Em nota, a Bharat Biotech afirmou que o preço das doses para exportação varia entre US$ 15 a US$ 20, faixa na qual o Brasil estaria no extremo inferior, a US$ 15 cada dose.

O comunicado também destaca que até o dia 29 de junho a Bharat Biotech não havia recebido nenhum pagamento adiantado do governo brasileiro, apesar de a condição ter sido imposta em outros contratos internacionais. Segundo a empresa, ela recebeu pagamentos adiantados "de vários outros países".

Conforme mostrou o Estadão/Broadcast, o valor acordado pelo governo brasileiro pelas vacinas foi 10 vezes maior que o anunciado pela farmacêutica seis meses antes.

A farmacêutica indiana também destaca que a Precisa medicamentos, empresa responsável por intermediar o processo de compra, "é parceira da Bharat Biotech no Brasil". Segundo a Bharat, modelo semelhante de parcerias é adotado nos outros países onde não há escritórios próprios ou representações da farmacêutica. O Estadão/Broadcast mostrou que a Precisa Medicamentos esperava receber pelo menos R$ 800 milhões dessa parceria com a venda do imunizante indiano a clínicas privadas.

Nesta ontem, o Ministério da Saúde anunciou que suspenderia temporariamente o contrato de compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin. Um dia antes, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu de senadores notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por prevaricação.