Topo

Esse conteúdo é antigo

'Grupo de WhatsApp virou organização criminosa', ironiza Flávio Bolsonaro

25.mai.2021 - O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, durante o depoimento de Mayra Pinheiro, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, na CPI da Covid.   - MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
25.mai.2021 - O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, durante o depoimento de Mayra Pinheiro, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, na CPI da Covid. Imagem: MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Rayssa Motta

São Paulo

01/07/2021 22h28

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) criticou nesta quinta-feira, 1º, a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de abrir uma investigação para apurar a possível existência de uma organização criminosa voltada à promoção de ataques contra as instituições democráticas e seus integrantes.

Nas redes sociais, o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ironizou a linha de investigação.

"Lamento profundamente a instauração de novo inquérito de "Fake News" pelo min Alexandre de Morais. Mobilização política para combater a oposição ao governo Bolsonaro foi transformada em "ataque à democracia". Grupo de WhatsApp virou "organização criminosa". Surreal (sic)", escreveu.

O novo inquérito deriva da investigação aberta em abril do ano passado para apurar a organização, a divulgação e o financiamento de manifestações em defesa da volta da ditadura militar, da intervenção das Forças Armadas e contra os Poderes Legislativo e Judiciário - o chamado inquérito dos atos antidemocráticos, que foi arquivado a pedido da Procuradoria-Geral da República.

Nessa nova frente, a Polícia Federal vai aprofundar a apuração em torno de grupos organizados em prol de ataques contra a democracia. Segundo Moraes, os métodos e núcleos estruturados - produção, divulgação, político e financeiro - são 'absolutamente semelhantes' àqueles identificados no inquérito das fake news, que também corre sob relatoria do ministro.

"Observa-se, de forma comum aos dois inquéritos, a existência de grupos coordenados que utilizam, de forma recorrente, redes sociais e mídias alternativas como instrumentos para a concretização de atos de disseminação de notícias fraudulentas para atacar membros do Supremo Tribunal Federal e outras autoridades constituídas, para a promoção de ataques às próprias Instituições Democráticas de representação política e social do Brasil, especialmente quanto à legitimidade do Poder Legislativo. Além do uso de meios comuns para a realização dos ataques, observa-se parcial identidade dos sujeitos investigados", escreveu Moraes ao determinar a investigação.

Esses grupos, segundo o ministro, podem ter contado com apoio de agentes públicos e deputados bolsonaristas, como Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, Bia Kicis, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, e Daniel Silveira, réu por ataques ao STF, além do assessor especial da presidência Tércio Arnaud. O blogueiro Allan dos Santos, dono do portal Terça Livre, também é citado como possível integrante.