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Petroleiros instalam outdoors críticos a Bolsonaro no interior de SP

Desde o início do governo Bolsonaro, o gás de cozinha vendido pela Petrobras acumula alta de 66% - REUTERS
Desde o início do governo Bolsonaro, o gás de cozinha vendido pela Petrobras acumula alta de 66% Imagem: REUTERS

Denise Luna

Rio

08/07/2021 17h42Atualizada em 08/07/2021 18h18

O Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos (Sindipetro-SJC), em parceria com o Observatório Social da Petrobras (OSP), instalou outdoors em ruas e avenidas de cidades no interior de São Paulo criticando as sucessivas altas dos combustíveis pela Petrobras, no âmbito da campanha "Preço justo, já!".

Com imagens que destacam o presidente Jair Bolsonaro, ora dizendo que o preço está alto, ora dizendo que não vai mexer na política da estatal, os petroleiros pretendem ressaltar a incoerência do político. De acordo com o Sindipetro-SJC, a Petrobras já anunciou este ano seis sucessivos reajustes nos preços da gasolina e do gás de cozinha e cinco altas do diesel.

A intenção é estender o protesto a outras cidades. Na primeira etapa, foram instalados outdoors nas cidades de São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Guaratinguetá e Lorena.

Os outdoors foram instalados em locais estratégicos nos cinco municípios, onde há alta circulação principalmente de veículos. Foram confeccionados dois modelos de painéis. Um com a contradição do presidente Bolsonaro, e outro que imita um cartaz de promoção, e também faz críticas à política de precificação dos combustíveis pela estatal.

Desde o início do governo Bolsonaro, o gás de cozinha vendido pela Petrobras acumula alta de 66%, a gasolina, 46%, e o diesel, 48%, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

"Essa campanha tem o objetivo de sensibilizar a população para o problema, já que os aumentos constantes no preço dos combustíveis vêm penalizando muito a população, sobretudo os mais pobres", explicou o presidente do Sindipetro-SJC, Rafael Prado.

Estudo realizado em abril pelo Observatório Social da Petrobras mostrou que é possível vender a gasolina a R$ 3,60, o diesel a R$ 2,90 e o botijão de gás a R$ 60. Para isso, seria necessário acabar com o PPI (Preço de Paridade de Importação), política adotada desde 2016 pela Petrobras, e que precifica os combustíveis de acordo com as variações do dólar e do petróleo internacional. "Ao contrário do que o governo diz, é possível sim baixar o valor dos combustíveis e praticar um preço justo. Mas para isso é importante que a população se sensibilize e também entre na luta, junto com a categoria petroleira, contra a política de preços dos combustíveis e em defesa de uma Petrobras para os brasileiros", afirmou Rafael Prado.

A alta dos combustíveis tem ajudado a elevar a inflação. Nesta quinta-feira, foi divulgado o Índice Nacional de Preços aos Consumidor Amplo (IPCA) de junho. A taxa, de 0,53%, foi o maior resultado para o mês desde 2018, mais uma vez impulsionada pelos combustíveis, que subiram 0,87% em junho, acumulando alta de 43,92% nos últimos 12 meses, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).