Topo

Chofer de Neruda se diz feliz com exumação

04/04/2013 16h29

SANTIAGO DO CHILE, 4 ABR (ANSA) - O motorista pessoal do poeta chileno Pablo Neruda em seu último ano de vida, Manuel Araya, declarou, em entrevista à ANSA, sentir-se "orgulhoso de ter chegado" a seu objetivo de fazer o governo investigar as razões da morte do escritor.

Neruda faleceu em 23 de setembro de 1973, na clínica Santa Maria, 12 dias após o golpe de Estado contra o governo de Salvador Allende, que instaurou a ditadura militar no país (1973-1990). O poeta sofria de câncer de próstata e, de acordo com o boletim médico da época, essa teria sido a causa de sua morte, versão que Araya nega. Para o chofer, o escritor foi assassinado por forças do governo.

"Neste momento eu me sinto orgulhoso de ter chegado até aqui, de que tenham me escutado, mas tenho muita pena, no entanto, e espero superá-la nos próximos 90 dias, que é o período que vai demorar para termos resultados" da exumação no corpo de Neruda, que terá início na próxima segunda-feira.

O Partido Comunista (PC) do Chile pediu para a Justiça exumar os restos do poeta para esclarecer se não foram injetados calmantes ou venenos em seu corpo enquanto ele esteve internado. As especulações sobre a morte de Neruda surgiram após declarações de Araya.