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Síria nega uso de armas químicas e acusa rebeldes e Al-Qaeda

26/04/2013 10h50

NOVA YORK E MOSCOU, 26 ABR (ANSA) - O regime sírio acusou nesta sexta-feira os grupos opositores e a organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda de utilizarem armas químicas em um ataque a Alepo no dia 19 de março.

A acusação foi sustentada pelo ministro sírio da Informação, Omran al-Zoubi , que está em Moscou, de acordo com a agência de notícias russa Interfax. Ele teria, inclusive, dito que as armas químicas são originárias da Turquia.

"O governo sírio e as suas forças jamais usaram -- e jamais usarão -- armas químicas, mesmo se as possuíssem", disse o ministro, alegando razões "morais e éticas".

"O nosso país está entre os poucos da região que não têm armas de destruição em massa, como as armas nucleares, químicas e biológicas", acrescentou.

"Foram as organizações [rebeldes], entre elas a Al-Qaeda, que ameaçaram usar armas químicas contra a Síria", disse o ministro. Segundo ele, "o míssil chegou de um local controlado por terroristas, não muito distante do território turco". "Se pode presumir que as armas foram trazidas da Turquia", afirmou.

Ontem, o governo dos Estados Unidos anunciou que seus serviços de inteligência obtiveram provas suficientes de que o regime de Bashar al-Assad utilizou armas químicas. O anúncio gerou preocupação da comunidade internacional.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse que "levou seriamente em consideração o conteúdo da carta" enviada pela Casa Branca ao Congresso norte-americano sobre o uso de armas químicas na Síria.

"As Nações Unidas não estão em posição de comentar as informações provenientes do serviço de inteligência norte-americano", afirmou o secretário-geral, de acordo com um porta-voz. "Todavia, a ONU está em contato com as autoridades dos EUA".

O vice-ministro de Negócios Estrangeiros de Israel, Zeev Elkin, disse, por sua vez, que "a comunidade internacional deve assumir o controle dos arsenais químicos de Bashar al-Assad".

Por outro lado, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, definiu como "extremamente graves" as "provas limitadas, mas crescentes" de que são utilizadas armas químicas na Síria.