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Mais militares russos entram na Ucrânia, diz Otan

28/08/2014 10h25

KIEV e MOSCOU, 28 AGO (ANSA) - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmou nesta quinta-feira (28) que mais mil militares russos entraram na Ucrânia, pela região de Novoazovsk. Ontem (27), a entidade já tinha afirmado que duas colunas militares haviam invadido o território ucraniano.   

Por isso, o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Iatseniuk, pediu aos países-membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) uma reunião extraordinária.   

"A Rússia, notavelmente, reforçou a sua presença militar na Ucrânia", afirmou Iatseniuk em discurso aos representantes da diáspora ucraniana. Ele pediu também reuniões para a Organização para Segurança e Cooperação da Europa (Osce) e para a União Europeia. Já o governo russo negou as acusações de que esteja no país vizinho ou que tenha fornecido armas aos rebeldes separatistas.   

"Essas declarações não são novas e tais comentários são feitos regularmente. A Rússia as nega, dizendo que elas não correspondem à realidade", declarou o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitri Peskov.   

Porém, apesar das negativas, o primeiro-ministro da autoproclamada República de Donetsk, Alexander Zakharenko, afirmou à TV Rússia 24 que cerca de "3 a 4 mil" voluntários russos combatem pela independência com as milícias locais. Entre eles, estão militares russos aposentados e "soldados em serviço" que combatem pela "nossa liberdade ao invés de ficar de férias".   

Zakharenko ainda disse que "nós nunca escondemos que muitos russos estão combatendo em nossas equipes e sem a ajuda deles nós estaríamos em uma situação muito mais difícil". O embaixador dos Estados Unidos em Kiev, Geoffrey Pyatt, afirmou que "um crescente número de soldados russos intervém diretamente nos combates no território ucraniano". Segundo ele, "a Rússia enviou os seus mais modernos sistemas de defesa aérea e agora está diretamente envolvida nos combates".   

Sobre a entrada desses militares, a Alta Representante da UE, Catherine Ashton, afirmou que "está extremamente preocupada".   

Ela pediu o "fim de hostilidades incluindo o fluxo de armas, homens e meios militares" para encontrar "uma solução política" que assegure a integralidade do território ucraniano.   

O presidente francês, François Hollande, afirmou que a presença de militares russos na Ucrânia é "intolerável e inaceitável".   

"Se for confirmada a presença deles em território ucraniano, isso é inaceitável e intolerável", disse Hollande pedindo que a Rússia "respeite a soberania da Ucrânia" e corte "seu apoio aos separatistas".   

Mortos A ONU divulgou hoje um novo balanço sobre o número de mortos desde metade de abril, quando os confrontos se intensificaram.   

Foram 2,2 mil mortos - sendo 1,2 mil somente entre os dias 16 de julho e 17 de agosto. "O balanço total mais de dobrou do último relatório divulgado há um mês", disse a entidade em nota. Desde março, são 3.250 feridos. Ou seja, uma média de 36 mortes e 98 feridos por dia. Só nas últimas 24 horas, morreram 11 civis em Donetsk e outros 22 ficaram feridos, informaram autoridades locais. Sanções O premier Iatseniuk pediu também ao Ocidente para aumentar as sanções contra a Rússia e congelar bens de pessoas envolvidas com os separatistas. Segundo ele, "as sanções introduzidas até o momento não deram resultados". "Para conter a agressão russa é preciso considerar a introdução de sanções para congelar os fundos russos e parar todas as transações bancárias da Federação russa nos países da UE, do G7 e nos Estados Unidos", disse o primeiro-ministro.   

Mais uma cidade tomada pelos rebeldes A imprensa da Ucrânia informou que a cidade de Novoazovsk, por onde os militares russos estariam entrando, foi tomada pelas tropas russas. Essa é a terceira maior cidade conquistada pelos rebeldes, que dominam grande parte de Donetsk e de Lugansk. Protestos Centenas de manifestantes estão protestando em frente ao Ministério de Defesa de Kiev pedindo o reforço no envio de tropas para o sudeste da Ucrânia. Em especial, eles pedem o envio de forças para Ilovaisk, cidade que fica na região de Donetsk e que foi conquistada pelos separatistas há poucos dias. Alguns dos manifestantes pedem a demissão do ministro de Defesa, Valeri Haletei, o terceiro a assumir o cargo desde fevereiro. (ANSA)
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