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Itália recorda 1 ano de tragédia em Lampedusa

01/10/2014 10h32

LAMPEDUSA, 1 OUT (ANSA) - A Itália se prepara para recordar na próxima sexta-feira (3) o aniversário de 1 ano da tragédia que provocou a morte de mais de 360 imigrantes na ilha de Lampedusa, ao sul do país.   

Em 3 de outubro de 2013, uma embarcação líbia com imigrantes ilegais naufragou, antes de se incendiar, diante da praia de Conigli, provocando uma das maiores tragédias da história da ilha, que costuma ser porta de entrada para países europeus. A maioria dos passageiros era de nacionalidade eritreia, ganesa, somali, etíope e tunisiana. Um ano após o acidente, a Europa ainda discute as responsabilidades e as medidas que deveriam ser tomadas para evitar novos naufrágios como este.   

Apesar dos apelos do governo italiano, há pouco apoio dos líderes europeus na tentativa de resolver o problema. Sozinha, a Itália tenta conter os naufrágios colocando em prática a operação "Mare Nostrum", que controla o fluxo migratório e presta assistência humanitária. Por sua vez, o "Comitê 3 de Outubro", criado após o acidente com o objetivo de forçar as autoridades a adotarem políticas de instrução e prevenção, tenta instituir uma data no calendário italiano para homenagear todas as vítimas de naufrágios em Lampedusa. A partir de amanhã (2), a ilha será palco de celebrações, com a presença de políticos italianos e europeus, além dos familiares das vítimas. Entre as presenças confirmadas, destacam-se Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu; a chanceler italiana, Federica Mogherini; e o ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano. Além de uma missa, estão programados protestos, com murais e flash mob. "O naufrágio não foi um acidente inevitável. É uma consequência direta da ausência de alternativas para as pessoas que fogem da violência e das perseguições em seus países", criticou o comitê.   

A entidade também aproveitará as celebrações para pedir à União Europeia (UE) a abertura de corredores humanitários e a criação de canais de acesso pelos quais as pessoas possam solicitar proteção sem ter que atravessar o Mar Mediterrâneo. Nesta semana, uma pesquisa da Organização Mundial para as Migrações (OIM) revelou que mais de 4 mil pessoas morreram desde janeiro, em todo o mundo, tentando migrar, por vias terrestres ou marítimas, a um país desenvolvido. Do total, quase 3 mil delas faleceram no Mar Mediterrâneo. Considerando as estatísticas desde o ano 2000, o número de vítimas mundiais sobe para 40 mil. (ANSA)
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