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Manifestantes fazem ato contra Renzi em Brescia

03/11/2014 07h56

ROMA, 03 NOV (ANSA) - Uma manifestação com cerca de 150 pessoas causou tumulto com a polícia em Brescia, na Itália, nesta segunda-feira (03). A confusão ocorreu momentos antes do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, chegar à assembleia dos industriais, que debaterá a polêmica reforma trabalhista no país.   

O confronto ocorreu quando alguns manifestantes tentaram romper o cordão de isolamento da polícia. Os agentes responderam com gás lacrimogêneo e revidaram os socos e chutes dos manifestantes.   

O premier chegou ao local por uma via longe dos manifestantes e dos jornalistas e foi recebido pelo presidente da Confederação da Indústria Italiana (Cofindustria), Giorgio Squinzi. Em discurso, ele rebateu quem critica o projeto dizendo que "está aberta uma oportunidade única e não utilizá-la seria um erro gravíssimo". Renzi ainda ressaltou que, se a medida for aprovada, "a Itália será nos próximos anos a locomotiva da Europa, mas é preciso ter coragem de dizer que acabou o tempo de dizer que 'vai fazer': ou é agora ou nunca mais".   

A reforma trabalhista de Renzi tem causado inúmeras críticas dos trabalhadores e sindicatos italianos. A medida tem como objetivo flexibilizar o mercado de trabalho e incentivar as empresas do país a fazerem contratações. No entanto, os críticos dizem que o premier quer tirar direitos dos trabalhadores. As discussões recaem, especificamente, sobre as mudanças no artigo 18 do Estatuto dos Trabalhadores, que regula as demissões sem justa causa nas empresas com mais de 15 funcionários.   

Entre outras coisas, a atual lei autoriza a reintegração do empregado mandado embora sem motivo justificado, e nas mesmas condições de antes, além do pagamento de indenização. A reforma recebe críticas até mesmo dentro do partido de Renzi, o Partido Democrático (PD). No dia 26 de outubro, mais de um milhão de pessoas foram a um protesto em Roma contra a medida. O movimento foi convocado pela Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL) e contou com membros da ala insatisfeita do PD. (ANSA)
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