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Contrária à austeridade, esquerda vence eleições na Grécia

26/01/2015 08h20

ATENAS, 26 JAN (ANSA) - O partido de extrema esquerda Syriza venceu as eleições de ontem (25) na Grécia com 36% do apoio do eleitorado. Com isso, o novo primeiro-ministro do país deve ser Alexis Tsipras, de 40 anos, conhecido por sua oposição às medidas de austeridade, implantadas no país nos últimos cinco anos de crise econômica e cortes de despesas. A Coalizão de Esquerda Radical (Syriza) defende a renegociação da dívida de 321 bilhões de euros com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Com a legislação eleitoral grega, o Syriza ficou perto de conquistar a maioria absoluta dos 151 deputados do Parlamento, já que existe um bônus de 50 assentos na Câmara dado ao vencedor das eleições. Mesmo sem a maioria, será fácil para o Syriza formar uma aliança progressista com partidos de esquerda e centro-esquerda. De acordo com a apuração, as outras legendas, como a Nova Democracia, a Aurora Dourada e o To Potami ficaram com 27%, 6,2% e 6% dos votos, respectivamente. Já o Partido Comunista conquistou 5,47%, e os indepententes, 4,75%.   

Ontem à noite, Tsipras fez um pronunciamento de vitória diante de milhares de apoiadores na capital do país, Atenas. "Hoje o povo grego fez história. O povo grego deu uma ordem uma clara: a Grécia vira a página, abandona a austeridade, a catástrofe, deixa o medo para trás, anula o acordo de austeridade com a troika, que é passado", disse o líder político. O juramento do novo governo deve ocorrer terça ou quarta-feira. Reações - Os mercados europeus e asiáticos reagiram com agitação nesta segunda-feira (26) aos resultados eleitorais gregos. A Bolsa de Milão registrou queda de 1,14%, enquanto a Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 0,25%. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, garantiu que o novo governo grego será intimado a cumprir seus acordos com a UE. "Tsipras será tratado como qualquer outro chefe de Governo que venceu eleições", afirmou. "Entre o que é dito em campanha eleitoral e o que é realmente aplicavável há grandes diferenças", ressaltou Schulz. (ANSA)
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