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Renzi vai a Moscou e pede ajuda em crise líbia

05/03/2015 18h07

MOSCOU, 5 MAR (ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, esteve nesta quinta-feira (5) em Moscou e realizou uma reunião de aproximadamente três horas com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante a qual eles discutiram temas como as guerras civis na Ucrânia e na Líbia.   

O anfitrião definiu o encontro como muito "útil e tempestivo", marcado por uma atmosfera "construtiva e de amizade". Para a imprensa local, a visita de Renzi rompeu o isolamento internacional do mandatário russo, que continua buscando aliados na União Europeia para se contrapor à influência dos Estados Unidos.   

"O papel da Rússia, por sua história e sua importância no Conselho de Segurança, pode ser decisivo para enfrentar a crise líbia e a ameaça terrorista", declarou o primeiro-ministro italiano. Nas últimas semanas, ele tem exigido mais atenção da comunidade internacional para os problemas no país africano, que convive com um avanço cada vez mais forte do Estado Islâmico.   

A questão ganha ainda mais importância para a Itália pelo fato de a Líbia ser uma antiga colônia sua e estar a poucas centenas de quilômetros de distância, podendo representar uma porta de entrada para jihadistas na Europa. "É preciso dar uma resposta internacional incisiva", acrescentou o premier, que também disse esperar uma ajuda de Moscou na ONU para enfrentar essa crise.   

"A situação piorou na Líbia e a Rússia apoia uma solução pacífica e os esforços das Nações Unidas", ressaltou Putin. O presidente ainda destacou que o seu diálogo político com Roma sempre foi muito ativo, mostrando-se feliz em receber Renzi em sua nação. O líder russo é tido como um grande amigo do ex-premier Silvio Berlusconi, que hoje é adversário do atual primeiro-ministro italiano.   

Além disso, o chefe de governo da Itália comentou a crise ucraniana e salientou que Kiev precisa realizar reformas que garantam a autonomia de todos os seus territórios, uma das principais reivindicações de Moscou e dos rebeldes separatistas.   

Assim que chegou à capital russa, o premier depositou uma buquê de flores na ponte onde fora assassinado o líder de oposição Boris Nemtsov, grande inimigo de Putin, e desejou que a Justiça possa identificar o mais rápido possível os responsáveis pelo homicídio. "Trouxemos uma flor porque sabemos que não temos um problema de timidez. Quando devemos dizer algo, nós falamos", disse Renzi. (ANSA)
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