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Após absolvição, Berlusconi deve voltar à política

Em Milão e Roma

11/03/2015 08h28

O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi disse ter recebido com "felicidade" a decisão da Corte de Cassação que confirmou sua absolvição no chamado "caso Ruby", processo em que respondia por prostituição de menores e abuso de poder.

Berlusconi ficou sabendo da decisão em sua residência em Arcore, Milão, e disse a partidários que "está pronto para voltar à cena" na política italiana.

Fontes locais especulam que sua primeira batalha será para modificar a Lei Severino, que impede que candidatos condenados se candidatem na Itália e a qual foi a responsável por cassar seu mandato de senador.

A senteça da Corte de Cassação foi anunciada na terça-feira (10), após nove horas de análises pelos juízes.

Com isso, a principal instância judiciária do país negou o recurso do procurador-geral de Milão, Pietro De Petris, que pedia a condenação do ex-premier.

"A decisão da Corte de Cassação encerra definitivamente um longo processo, cansativo tanto para Berlusconi quanto para seus advogados", disse Franco Coppi, que integra a equipe de defesa de Berlusconi.

Em junho de 2013, Berlusconi foi sentenciado em primeira instância a sete anos de prisão por ter mantido relações sexuais em troca de pagamento com a marroquina Karima el Mahroug, conhecida como "Ruby", quando ela ainda não tinha completado 18 anos.   

No entanto, em julho do ano passado, a Corte de Apelação de Milão absolveu o ex-premier porque, segundo a juíza Concetta Lo Curto, não havia provas de que ele sabia a idade de Ruby. O mesmo tribunal também concluiu que a marroquina não tinha "interesse em confessar sua menoridade".   

O ex-primeiro-ministro sempre negou as acusações e costuma dizer que promovia apenas festas e jantares em sua mansão, sem o envolvimento de prostitutas. Segundo o ex-premier, ele dava dinheiro a Ruby apenas para "ajudá-la".   

Recentemente, Berlusconi terminou de cumprir uma pena de um ano de realização de serviços sociais por causa de uma condenação por fraude fiscal no processo Mediaset. Embora esteja inelegível até novembro de 2019, ele agora poderá circular livremente pelo país para fazer política.