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Varoufakis renuncia para 'ajudar' negociações com credores

06/07/2015 07h53

ROMA, 6 JUL (ANSA) - O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, anunciou sua renúncia ao cargo nesta segunda-feira (6), um dia após os eleitores gregos rejeitarem em um referendo as condições de austeridade impostas por seus credores para a liberação de mais um pacote de resgate ao país. Em um texto publicado em seu perfil oficial no Twitter, Varoufakis explicou que deixaria o cargo para "facilitar" a próximas negociações entre a Grécia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE). "Sabemos que alguns ministros dentro do eurogrupo têm preferência pela minha ausência nas negociações", disse "Considero isso o meu dever", completou Varoufakis. De acordo com dados oficiais divulgados pelo Ministério do Interior de Atenas, o "não" venceu o referendo de ontem (5) com 61,3% dos votos, contra 38,7% do "sim". Os gregos foram às urnas para decidir se rejeitavam ou aceitavam as políticas de austeridade e reformas pedidas pelos credores de Atenas, em troca da concessão de mais 7 bilhões de euros em ajuda financeira. O governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras fez uma dura campanha pelo "não" por acreditar que a Grécia tem capacidade de chegar a um acordo com condições melhores.   

A consulta popular grega foi criticada pelos líderes europeus e considerada uma sinalização sobre uma possível saída da Grécia da zona do euro. "Não se pode acreditar que a vitória do 'não' no referendo tenha resolvido o problema", disse o ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, destacando que a Grécia precisa de uma decisão "política", e não "técnica". As negociações para um novo resgate financeiro à Grécia tinham sido interrompidas na semana passada, à espera do resultado do referendo. Amanhã, o eurogrupo se reunirá às 13h de Bruxelas para voltar à mesa de diálogo com Atenas, mas o BCE, o FMI e UE já anteciparam que esperam "novas propostas concretas" do país. O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, disse que a solução para a crise grega depende agora "das propostas" que o país deve apresentar. (ANSA)
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