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Papa teve papel protagonista em acordo com Farc, diz Vaticano

Mediados pelo presidente de Cuba, Raúl Castro (centro), o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos (esq.), e o líder das Farc, Rodrigo Londoño (dir.), conhecido como "Timochenko", dão aperto de mãos histórico - Alejandro Ernesto/EFE
Mediados pelo presidente de Cuba, Raúl Castro (centro), o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos (esq.), e o líder das Farc, Rodrigo Londoño (dir.), conhecido como "Timochenko", dão aperto de mãos histórico Imagem: Alejandro Ernesto/EFE

Em Roma

25/09/2015 10h20

Além de ajudar na reconciliação entre Cuba e Estados Unidos, o papa Francisco também "foi protagonista" no acordo entre o grupo guerrilheiro Farc e o governo de Bogotá, que deve ser assinado em cerca de seis meses.

Segundo o vice-diretor da sala de Imprensa vaticana, padre Ciro Benedettini, o pontífice teve "um papel decisivo" nas negociações.   

"A notícia do histórico discurso do papa no Congresso norte-americano deixou em segundo plano outra notícia importantíssima que teve Francisco como protagonista: os primeiros acordos preliminares de paz entre as Farc e o governo colombiano assinados em Cuba", acrescentou, em entrevista ao veículo italiano "Tv2000".   

Benedettini lembrou que, assim como aconteceu com Cuba e Estados Unidos, Jorge Mario Bergoglio foi um "catalisador" no processo.   

"Desde 2010 que cubanos e norte-americanos negociavam sem nunca chegar a um acordo. Então o Papa interveio diretamente escrevendo [aos presidentes de EUA e Cuba], Barack Obama e Raúl Castro".   

"O Papa depois minimizou seu papel, dizendo ter feito pouco, ter escrito cartas, mas, na realidade, foi determinante, como reconheceram Obama e Raúl Castro. O mesmo papel decisivo teve também o acordo entre o governo da Colômbia e as Farc".   

O governo de Bogotá e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram na última quarta-feira (23) um acordo sobre a espinhosa questão das consequências judiciais do conflito, o que abre caminho para colocar um fim definitivo a mais de 50 anos de guerrilha.   

A questão do modelo de justiça que será aplicado para garantir os direitos das vítimas do conflito era um dos principais entraves das negociações de paz entre os dois lados, que acontecem em Havana, capital de Cuba.   

O acordo foi anunciado em uma cerimônia na presença do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e do líder das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, o "Timochenko". Também estava presente o mandatário cubano, Raúl Castro.