OEA expressa preocupação com processo eleitoral na Venezuela
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o uruguaio Luis Almagro, criticou fortemente Caracas e denunciou que a Venezuela não está garantindo os níveis mínimos de transparência e autonomia da Justiça Eleitoral nas eleições legislativas que acontecem no começo de dezembro.
Em mensagem para a presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CNE) venezuelana, Tibisay Lucena, ele rechaça a atitude do governo de Nicolás Maduro de não permitir a presença de observadores da OEA na jornada eleitoral. Almagro, que foi chanceler do Uruguai durante o governo de José Mujica (2005-2010), destacou que o CNE não demonstra autonomia e se limita "a reproduzir o discurso oficial" e pediu que não seja feita "vista grossa" diante da situação do país.
"Uma eleição necessita de todos os atores envolvidos, cidadãos, partidos políticos, imprensa e a sociedade civil em geral", disse, mencionando que muitos opositores foram impedidos de participar do pleito. Almagro ainda citou o acesso limitado que a oposição tem aos veículos de massa.
O uruguaio ainda reiterou a vontade do organismo de participar como observador do processo eleitoral, garantindo a credibilidade dos resultados das eleições de 6 de dezembro diante dos venezuelanos e da comunidade internacional. Maduro negou a oferta dizendo que a iniciativa tem como objetivo danificar o sistema socialista vigente.
O representante de Caracas para os Direitos Humanos, Germán Saltrón, disse no final de outubro que o país não tem confiança na entidade e a acusou de ter "apoiado ditaduras e certificado golpes de Estado e fraudes eleitorais".
Por outro lado, Caracas aceitou a presença de missões da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). As eleições de dezembro renovarão os 163 assentos da Assembleia Nacional, dos quais 99 pertencem à coalizão governista.
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