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Após polêmico afastamento, Totti volta a treinar na Roma

22/02/2016 11h42

ROMA, 22 FEV (ANSA) - Após o polêmico afastamento de Francesco Totti da equipe da Roma, o atacante voltou a treinar nesta segunda-feira (22) em Trigoria, no centro de treinamento da equipe. Segundo fontes, não houve problemas entre o atleta e os demais integrantes da equipe técnica, sendo que o jogador estava "sereno".   


O aparente clima de tranquilidade na equipe hoje contrastou com a divisão que tomou conta dos torcedores e da Roma - mesmo com a vitória por 5 a 0 sobre o Palermo. "O Capitão" foi afastado da concentração do time após uma entrevista em que criticava a constante reserva ir ao ar pela emissora italiana "RAI". Nela, Totti pedia "mais respeito" pelos seus 23 anos de história no clube e criticava o técnico Luciano Spalletti, dando a entender que o treinador era "falso" com ele.   


Mesmo afastado, o craque italiano assistiu a partida das tribunas de honra do estádio Olímpico e foi ovacionado pelos torcedores que gritavam "O Capitão só há um". Porém, se no estádio a torcida estava toda com o atleta, na internet as opiniões se divergem.   


Muitos internautas defendem seu ídolo, dizendo que Spalletti tem mesmo desrespeitado o jogador - como no último jogo pela Liga dos Campeões em que só atuou por três minutos quando a Roma já perdia para o Real Madrid. Por outro lado, alguns torcedores defendiam que já está na hora do craque se aposentar.   


- Sem punição: O gerente de futebol da Roma, Mauro Baldissoni, informou em entrevista à "Premium Sport", que o atleta não será punido pela diretoria porque "o que aconteceu é referente apenas à área técnica".   


"O técnico nos comunicou a decisão com muito pesar e disse que tinha conversado com Totti. Talvez, o técnico não viu a serenidade necessária e, naquele momento, Francesco estava liberado para deixar a concentração porque não foi convocado.   


Não foi uma escolha punitiva", destacou Baldissoni.   


O dirigente ainda confirmou que o contrato do ídolo termina em junho, mas que ele "já tem um contrato de seis anos como dirigente" pronto. "Para continuar como jogador, deixamos o assunto nas mãos do presidente", finalizou.   


- Opiniões divididas: Entre os dirigentes, treinadores e ex-jogadores, as opiniões estão divididas. O ex-jogador brasileiro Ronaldo afirmou que Totti "merece respeito" pela história que tem no futebol italiano e, especialmente, para a Roma.   


Um dos maiores atletas da história do futebol italiano e da Inter de Milão, Sandro Mazzola, também afirmou estar "sem dúvidas" ao lado do atacante por tudo que já vez.   


"Considero Totti um dos maiores jogadores de todos os tempos.   


Entendo que ele já tem uma certa idade, e talvez, em outros tempos, ele seria sempre o primeiro. Mas, eu vejo as partidas e vejo que, quando ele entra 15 ou 20 minutos, ele faz o futebol, muda as coisas", destacou o ex-meia que atuou apenas na Inter por toda a sua carreira.   


Outra lenda do futebol italiano, o histórico capitão do Milan, Gianni Rivera, disse que, na sua opinião, que "apenas Totti deve decidir quando parar, não os outros decidirem por ele".   


O treinador do Bolonha, Roberto Donadoni, também deu sua opinião e disse que atletas como "O Capitão" "não pode ser tratado como os outros". Porém, ao falar sobre Spalletti, ele afirmou que "entende que há coisas imprescindíveis", "mas que com bom senso tudo se resolverá".   


Já Sinisa Mijahilovic, técnico do Milan, não quis entrar muito na polêmica e disse que respeita tanto Spalletti e do Totti, mas que se todos tiverem "clareza" as coisas podem ser resolvidas rapidamente.   


O vice-presidente da Uefa e ex-presidente da Federação Italiana de Futebol, Giancarlo Abete, também deu sua opinião sobre o caso. "Acho que Totti é merecedor de grande atenção por tudo que deu e, aqui como interpretei seu modo de dizer, pelo percurso de fidelidade e pertencimento" à Roma, disse. (ANSA)
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