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Papa visitará ilha grega de Lesbos no dia 16 de abril

Refugiados e imigrantes, a maioria do Paquistão, pedem liberdade durante o terceiro dia de greve de fome em protesto contra a iminente deportação, na ilha grega de Lesbos - Petros Giannakouris/AP
Refugiados e imigrantes, a maioria do Paquistão, pedem liberdade durante o terceiro dia de greve de fome em protesto contra a iminente deportação, na ilha grega de Lesbos Imagem: Petros Giannakouris/AP

Na Cidade do Vaticano

07/04/2016 07h49

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, confirmou nesta quinta-feira (7) que o papa Francisco fará uma visita à ilha grega de Lesbos no dia 16 de abril.   

A viagem, ao lado do patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, será para levar "alívio" aos imigrantes ilegais que chegam ao local em busca de uma nova vida na Europa.

O porta-voz ainda ressaltou que o sucessor de Bento 16 irá à Lesbos porque vê ali uma "emergência importante", como ocorreu quando visitou a ilha italiana de Lampedusa, no mar Mediterrâneo.   

"Essa é uma situação difícil e de intenso sofrimento no Egeu. [Isso pede] solidariedade e responsabilidade de toda a comunidade de crentes", ressaltou.   

Segundo Lombardi, os locais em que haverá eventos públicos ainda não foram fechados. Porém, é provável que o principal deles será o centro de acolhimento de refugiados.

Também já está certo de que o pontífice e o patriarca serão recebidos por autoridades locais. O representante ainda confirmou que o grupo de religiosos que acompanhará Jorge Mario Bergoglio será pequeno.   

A confirmação da Igreja Católica ocorre um dia após a Arquidiocese Ortodoxa da Itália informar que os dois líderes religiosos fariam uma visita à ilha "em breve".

De acordo com a entidade, a viagem foi debatida após o representante ortodoxo "entrar em contato com Jorge Mario Bergoglio em fevereiro".   

Assim como Lampedusa foi há três anos, a ilha grega de Lesbos é palco da chegada de milhares de pessoas que fogem das guerras do Oriente Médio e do norte da África e também local de tragédias constantes.

De acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), só em 2016, 152.117 pessoas chegaram à Grécia através de perigosas travessias marítimas - sendo que 366 morreram ou desapareceram durante a viagem.   

O tema da imigração é muito caro ao papa que, constantemente, lembra do sofrimento daqueles que são obrigados a abandonar suas casas e seus países por culpa da violência, de guerras civis, do terrorismo, de perseguição religiosa e de desastres climáticos.   

Para mostrar como se preocupa com o assunto, Francisco até mudou o tradicional ritual católico do Lava Pés e fez a cerimônia em um centro de refugiados na cidade de Castelnuovo di Porto, na Itália. Essa foi a primeira vez na história que a cerimônia foi realizada fora de Roma.