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Após audiência, Cristina Kirchner se diz perseguida como Lula

A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, deixa tribunal em Buenos Aires, na Argentina - Marcos Brindicci/Reuters
A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, deixa tribunal em Buenos Aires, na Argentina Imagem: Marcos Brindicci/Reuters

Em Buenos Aires

31/10/2016 15h12

A ex-presidente argentina Cristina Kirchner compareceu em uma audiência perante ao juiz federal Julián Ercolini nesta segunda-feira (31), em um processo que investiga um suposto favorecimento dos Kirchner ao empresário Lázaro Baez em licitações públicas.   

Como havia sido anunciado por sua defesa, a ex-mandatária não respondeu às perguntas formuladas por Ercolini. Porém, após se apresentar à Justiça, ela falou com os jornalistas e disse que a ação contra ela é um "disparate".   

"É um disparate maiúsculo achar que eu tive uma associação ilícita liderada pelo Executivo com diferentes funcionários públicos. É uma manobra formidável de perseguição política que não é original, que também acontece no Brasil e tem como foco o ex-presidente Lula da Silva. É uma manobra em nível regional", disse Cristina aos repórteres.   

A ex-líder do governo argentino acusou ainda o atual presidente, Mauricio Macri, de dar andamento a esses processos para "esconder o desastre que está acontecendo" no país.

"Os preços nos supermercados aumentam, os salários não sobem e não se convocam as paritárias [como são chamadas as negociações entre governo e sindicatos na Argentina]. É claro que o dinheiro não chega para alguns, mas sobra para outros", disse ainda.   

Cristina é acusada de receber propina de Báez, que está preso por lavagem de dinheiro, por meio de aluguel de quartos em hotéis que não estavam sendo usados.