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Restos de soldados argentinos mortos nas Malvinas serão exumados

Parente de militar argentino morto em 1982 durante a Guerra das Malvinas, entre Argentina e Inglaterra, chora em cerimônia em Darwin, nas Malvinas - Telam/Reuters
Parente de militar argentino morto em 1982 durante a Guerra das Malvinas, entre Argentina e Inglaterra, chora em cerimônia em Darwin, nas Malvinas Imagem: Telam/Reuters

Em Buenos Aires

12/06/2017 19h37

Os restos mortais de 123 militares argentinos que lutaram na Guerra das Malvinas (de abril a junho de 1982) e que atualmente se encontram no cemitério de Darwin, no arquipélago britânico, serão exumados e identificados em breve pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR).

Após acordo ter sido assinado pelos governos tanto da Argentina quanto do Reino Unido ainda no ano passado, os especialistas da organização humanitária deverão iniciar a segunda etapa do projeto, o processo de exumação dos 123 corpos, na próxima segunda-feira (19).

Esse processo será conduzido por uma equipe formada por 12 especialistas que foram contratados pelo CICR, como os integrantes da Equipe Argentina de Antropologia Forense (Eaaf) Luiz Fondebrider e Mercedes Salado, e os britânicos Jon Sterenberg e John Clark.   

Além disso, a partir do dia 19, serão exumadas no máximo três tumbas por dia. Após a verificação, os restos mortais dos soldados serão novamente sepultados, mas dessa vez em caixões, já que os militares costumavam antes a ser enterrados em sacos mortuários.

A terceira etapa do projeto será analisar as amostras ósseas que serão retiradas dos restos mortais dos soldados para que eles possam ser identificados. Todo o material será enviado para laboratórios em Córdoba, na Argentina, em Santiago de Compostela, na Espanha, e em Preston, no Reino Unido.

Responsáveis da entidade também afirmaram que estão cientes do fato de que o que irão fazer "é um processo muito doloroso" e afirmaram que é" fundamental que os familiares possam ter respostas para o seu luto, mesmo sabendo que em alguns casos [isso] não será possível", já que alguns militares poderão não ser identificados.

A primeira das fases do projeto, já finalizada, previu uma série de atividades logísticas em vista das condições extremas nas quais se desenvolverão os próximos trabalhos. Perto do cemitério, por exemplo, foram montados laboratórios em containers para os testes que serão feitos.