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Embaixada da Itália ressalta 'união' na luta contra mafiosos

Passaporte falso utilizado por Nicola Assisi, considerado com o principal integrante da máfia "Ndrangheta em liberdade - Reprodução/OCCRP
Passaporte falso utilizado por Nicola Assisi, considerado com o principal integrante da máfia 'Ndrangheta em liberdade Imagem: Reprodução/OCCRP

São Paulo

08/07/2019 16h09

A embaixada da Itália no Brasil ressaltou, em um comunicado divulgado hoje, a importância da "cooperação judiciária e policial" entre os dois países para "combater efetivamente o crime organizado transnacional". A declaração é feita depois de a Polícia Federal prender na manhã desta segunda-feira (8), em Praia Grande (SP), dois italianos suspeitos de conexão com a máfia 'Ndrangheta, uma das principais organizações criminosas do território italiano.

Em comunicado, a representação diplomática revelou que a operação foi realizada depois de uma "complexa investigação conduzida pelos Carabineiros do Comando Provincial de Turim, coordenada pela Direção Distrital de Piemonte, e com o apoio da rede de especialistas do Departamento Central de Serviços Antidrogas, que possui uma unidade operacional no Brasil na Embaixada local".

Os detidos, Nicola Assisi e seu filho, Patrick, estavam em uma lista de "foragidos perigosos" elaborada pela polícia italiana.

Nicola já foi condenado na Itália a 14 anos de prisão por tráfico de drogas e teria ligação com um braço da 'Ndrangheta, a máfia calabresa, em Turim.

Os dois "viviam ao menos em três apartamentos na cobertura de prédio de alto padrão". Nos imóveis foram encontrados três armas, veículos e dinheiro em espécie, totalizando cerca de 20 kg em notas, informou a embaixada italiana.

"Ambos estavam foragidos desde 2014, havendo notícia de que passaram por Portugal e Argentina utilizando-se de nomes falsos", diz um comunicado da Polícia Federal em Curitiba (PR), responsável pelo inquérito.

A operação foi batizada como Barão Invisível e realizada em parceria com a Interpol e a Polícia da Itália. Os dois suspeitos devem ser extraditados para o país europeu.

No Twitter, o embaixador da Itália em Brasília, Antonio Bernardini, afirmou que a ofensiva foi uma "grande operação contra a Ndrangheta" no país e ressaltou que Itália e Brasil estão unidos na luta contra o tráfico de drogas. A prisão foi comemorada pelo ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, que também chegou a fazer referência a uma ação da Justiça da Espanha que prendeu um peruano condenado por tentativa de homicídio.

"Duas brilhantes operações contra mafiosos, traficantes e criminosos", escreveu Salvini.

Por sua vez, o procurador antimáfia e antiterrorismo da Itália, Federico Cafiero de Raho, que está no Brasil e participará de uma reunião com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ainda hoje, elogiou "o importante resultado", sublinhando como a 'Ndrangheta se confirma como o principal protagonista no comércio mundial de drogas.