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Trump cancela 'encontro secreto' com líderes do Talibã

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - Ludovic Marin/AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Imagem: Ludovic Marin/AFP

Em Washington

08/09/2019 10h12

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou um encontro secreto que faria com líderes do Talibã na base militar de Camp David, em Maryland, para discutir um acordo de paz.

Em uma série de mensagens no Twitter, o mandatário disse neste sábado (7) que a decisão foi tomada após o grupo assumir a autoria de um ataque terrorista que matou 12 pessoas em Cabul, capital do Afeganistão, incluindo um soldado americano.

O atentado com carro-bomba ocorreu na última quinta-feira (5) e também vitimou um militar romeno da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e 10 civis. O americano morto é o sargento Elis Barreto Ortiz, originário de Porto Rico.

"Sem o conhecimento de quase todos, líderes do Talibã e, separadamente, o presidente do Afeganistão [Ashraf Ghani], se encontrariam secretamente comigo em Camp David no domingo [8].

Eles viriam para os Estados Unidos nesta noite. Infelizmente, eles admitiram um ataque em Cabul que matou um de nossos grandes soldados e outras 11 pessoas. Eu imediatamente cancelei o encontro e as negociações de paz", escreveu Trump.

Segundo o presidente, o Talibã mostrou que, se não consegue concordar com um cessar-fogo durante as tratativas, não terá poder para negociar um "acordo significativo". "Por quantas décadas mais eles estão dispostos a lutar?", finalizou.

Na última segunda-feira (2), o enviado especial dos EUA ao Afeganistão, Zalmay Khalilzad, dissera que já havia definido as "linhas de princípio" do acordo com o Talibã, que incluiria a retirada de 5,4 mil soldados americanos nos 135 dias seguintes à assinatura - o contingente dos Estados Unidos no país asiático é de 14 mil militares.

O encontro secreto em Camp David aconteceria três dias antes do 18º aniversário dos atentados de 11 de setembro, que motivaram a invasão americana no Afeganistão, então governado pelo Talibã, que era acusado de dar esconderijo ao fundador da Al Qaeda, Osama bin Laden.