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Presidente do Irã anuncia reativação de central nuclear

Hassan Rohani disse que Irã começará a injetar gás (urânio em estado gasoso) em central atômica - Keith Bedford/Reuter
Hassan Rohani disse que Irã começará a injetar gás (urânio em estado gasoso) em central atômica Imagem: Keith Bedford/Reuter

05/11/2019 11h06

O presidente do Irã, Hassan Rohani, anunciou nesta terça-feira (5) que o país retomará amanhã o enriquecimento de urânio na sua central atômica de Fordo, que fica a 180 km da capital Teerã.

Trata-se de mais um passo do Irã que descumpre os termos do acordo nuclear de 2015, assinado com o chamado grupo "5+1", formado por Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha.

O gesto vem após o fim de mais um ultimato aos parceiros europeus para convencerem os Estados Unidos a retomarem o acordo e retirarem as sanções contra o Irã.

Assinado na gestão de Barack Obama, o acordo nuclear com o Irã foi duramente criticado pelo sucessor, o atual presidente Donald Trump. No ano passado, Trump decidiu retirar de maneira unilateral os EUA do tratado, que colocava limites ao enriquecimento de urânico pelo Irã, em troca da retirada das sanções internacionais. De acordo com Rohani, o Irã iniciará a produção de urânio enriquecido nas 1.044 centrífugas do tipo IR-1 em Fordo, unidade que estava inativa desde 2015.

"A partir de amanhã, começaremos a injetar gás (urânio em estado gasoso) em Fordo", informou o presidente, em referência ao procedimento para produzir urânio enriquecido em isótopo 235.

"Todas as ações que o Irã tomará estarão sob a supervisão da Organização Internacional de Energia Atômica (AIEA) e, como as anteriores, essa decisão é reversível", garantiu. Ontem, o líder da Organização para Energia Atômica de Teerã, Ali Akbar Salehi, tinha informado que o Irã estava operando 60 centrífugas avançadas IR-6 para enriquecimento de urânio. As centrífugas IR-6 podem produzir urânio enriquecido a uma velocidade 10 vezes superior ao modelo IR-1, de primeira geração.

A Rússia disse considerar como "preocupantes" os planos do Irã, pois um colapso do acordo nuclear não gera "nada de bom". A União Europeia adotou o mesmo tom: "Estamos preocupados com o anúncio do presidente Rohani", admitiu a porta-voz da Comissão Europeia.