Itália descarta hidroxicloroquina para casos leves de covid-19
Um documento preparado pelo governo da Itália para orientar o tratamento domiciliar de pacientes da covid-19 descarta o uso de hidroxicloroquina para combater a doença em casos leves.
Utilizado tradicionalmente contra malária e lúpus, o medicamento chegou a ser uma esperança contra o coronavírus Sars-CoV-2 no início da pandemia, mas diversos estudos científicos já comprovaram sua ineficácia para enfrentar a covid-19.
Devido ao crescente número de pacientes em isolamento domiciliar — 653.731, segundo o boletim oficial de hoje, o que equivale a mais de 1% da população italiana —, o governo decidiu preparar um protocolo para orientar os cuidados em casa.
O documento ainda não foi publicado, mas uma versão visualizada pela ANSA recomenda mensurar periodicamente a saturação de oxigênio com oxímetros; não tomar hidroxicloroquina; não usar medicamentos em aerossol caso o paciente conviva com outras pessoas; utilizar remédios para os sintomas da covid-19, como paracetamol; e tomar corticoides, esteroides e antibióticos somente em situações específicas.
Além disso, o documento não recomenda suplementos como vitamina D e lactoferrina, "sobre os quais não existem evidências sólidas de eficácia". O protocolo, no entanto, ainda será discutido com organizações de médicos e se refere a casos leves, sejam eles confirmados ou prováveis.
As diretrizes definem "caso leve" como aquele onde há sintomas como febre inferior a 37,5ºC, tosse, congestão nasal, dor de cabeça e diarreia, mas sem falta de ar, desidratação ou alteração do estado da consciência.
Os idosos e imunodeprimidos, contudo, podem apresentar sintomas atípicos e devem ser avaliados com mais cautela, assim como pacientes com alto risco de piora da doença devido a fatores individuais.
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